Responsável por uma das maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado atua diretamente contra uso dos ativos digitais para financiar guerras
AFP/AFP
A Tether, empresa por trás da stablecoin USDT, atual terceira maior criptomoeda do mundo, anunciou nesta segunda-feira, 16, que congelou mais de R$ 4,2 bilhões em criptomoedas ligadas às guerras em Israel e Ucrânia, além de outros crimes cibernéticos em diversos países, incluindo o Brasil.
O montante de US$ 873.118,34 foi congelado de 32 endereços de carteiras cripto que foram ligadas de alguma forma à crimes cibernéticos, principalmente roubos e ataques hacker.
A empresa afirmou estar em colaboração com 19 jurisdições e ter esforços específicos em Israel e Ucrânia para “combater o financiamento da guerra”. Sobre os recentes conflitos em Israel, a Tether afirmou ter trabalhado com a Secretaria Nacional de Combate ao Financiamento do Terrorismo de Israel (NBCTF) em casos específicos com criptomoedas.
Recentemente, a polícia de Israel também congelou contas ligadas ao Hamas em corretoras de criptomoedas.
Criptomoedas na guerra e crimes cibernéticos
“As criptomoedas são uma ferramenta poderosa, mas não uma ferramenta para o crime. Ao contrário da crença popular, as transações com criptomoedas não são anônimas; eles são os ativos mais rastreáveis e rastreáveis. Cada transação é registrada no blockchain, tornando viável para qualquer pessoa rastrear movimentos de fundos. Consequentemente, criminosos tolos o suficiente para empregar criptomoedas para atividades ilegais serão inevitavelmente identificados”, disse Paolo Ardoino, CEO da Tether, em um comunicado.
Ainda que seja bastante significativo, o valor de US$ 873 milhões, ou R$ 4,2 bilhões na cotação atual do dólar, ainda representa uma pequena parcela do montante de US$ 445 bilhões envolvidos em crimes cibernéticos, de acordo com dados revelados pela Tether em um comunicado.
No entanto, a empresa destaca a sua “capacidade de congelar e devolver fundos roubados a usuários legítimos”, o que “demonstra as novas capacidades inovadoras e o nível de segurança que as tecnologias blockchain podem trazer ao sistema financeiro global”.
Segundo um comunicado, a Tether também colaborou contra o crime cibernético com jurisdições como Brasil, Cingapura, Filipinas, Alemanha, Coreia do Sul, Noruega, Polônia, Suíça, Grécia, Canadá, Croácia, Itália, Argentina, Austrália, Bélgica, Ilhas Cayman, China, Holanda, El Salvador , Alemanha, Hong Kong, Índia, Irlanda, Israel, Quirguistão, Nova Zelândia, Espanha, Taiwan, Reino Unido, Ucrânia, Estônia e Estados Unidos.