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Índice de famílias endividadas na pandemia chega a 67,3%

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31 de mar. de 2021

 Esse Ă© o quarto aumento seguido do indicador de Pesquisa de Endividamento e InadimplĂȘncia do Consumidor (Peic)

carteira vazia endividamento
Pesquisa Ă© realizada mensalmente pela CNC Foto: Emil Kalibradov | Unsplash

As famĂ­lias brasileiras estĂŁo devendo mais em março deste ano do que no inĂ­cio da pandemia, em março de 2020, mostrou uma pesquisa da Confederação Nacional do ComĂ©rcio (CNC) divulgada nesta terça-feira (30). O percentual de famĂ­lias endividadas no Brasil alcançou 67,3% do total em março deste ano, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação ao mĂȘs anterior e de 1,1 ponto em comparação a março de 2020.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e InadimplĂȘncia do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela CNC, esse Ă© o quarto aumento seguido do indicador, que alcançou a segunda maior proporção histĂłrica, abaixo apenas do percentual apurado em agosto de 2020 (67,5%).

A CNC destacou, porĂ©m, que o percentual de famĂ­lias que estĂĄ realmente com as suas contas ou dĂ­vidas em atraso caiu ligeiramente pelo sĂ©timo mĂȘs, alcançando agora 24,4%, Ă­ndice 0,9 ponto percentual abaixo do apurado em março de 2020.

JĂĄ a parcela das famĂ­lias que declararam nĂŁo ter condiçÔes de pagar suas contas ou dĂ­vidas em atraso – e que, portanto, permanecerĂŁo inadimplentes – manteve-se estĂĄvel (10,5%) na passagem mensal, apĂłs seis meses de quedas consecutivas. O indicador mostrou alta de 0,3 ponto percentual em relação a março do Ășltimo ano.

O agravamento da pandemia tem levado a um período de fechamento de comércios e serviços, com impacto no mercado de trabalho, o que pode agravar ainda mais o endividamento, de acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

– Com auxĂ­lio emergencial no ano passado e as rĂĄpidas adaptaçÔes das empresas, as famĂ­lias ainda conseguiram se equilibrar minimamente e estĂŁo controlando seu orçamento no que Ă© possĂ­vel. Mas a imunização coletiva precisa avançar logo, senĂŁo essa balança domĂ©stica vai ficar cada vez mais insustentĂĄvel, podendo aumentar a inadimplĂȘncia – alertou Tadros em nota.

A Peic mostrou que o endividamento por grupos de renda apresentou tendĂȘncias semelhantes, com crescimento mais acelerado entre os grupos de maior renda. Para as famĂ­lias com renda de atĂ© 10 salĂĄrios mĂ­nimos, o percentual das que se encontram endividadas voltou a crescer em março, apĂłs um mĂȘs de estabilidade, alcançando 68,4% do total de famĂ­lias. No mesmo mĂȘs de 2020, essa proporção foi de 67,1%. JĂĄ para as famĂ­lias com renda acima de 10 salĂĄrios, a proporção do endividamento teve nova e forte alta, levando ao nĂ­vel recorde de endividados neste grupo: 63,2% em março, ante 62,1% em março de 2020.

– Apesar de estarem sendo obrigadas a restringir o consumo, as famĂ­lias mais pobres podem precisar recorrer ao crĂ©dito para situaçÔes de urgĂȘncia ou iniciativas de empreendedorismo, como forma de complementação de renda. Por outro lado, a mudança de trajetĂłria na polĂ­tica monetĂĄria, com aumento dos juros, farĂĄ com que as famĂ­lias adotem ainda mais rigor na contratação de dĂ­vidas – alerta a economista da CNC responsĂĄvel pelo estudo, Izis Ferreira.

A proporção de famĂ­lias que se declararam muito endividadas em março caiu para 13,8%, menor parcela desde setembro de 2019. Mais uma vez, a comparação anual tambĂ©m mostra redução do indicador. O cartĂŁo de crĂ©dito seguiu como principal modalidade de dĂ­vida, voltando a crescer este mĂȘs e representando 80,3% dessas famĂ­lias.

*EstadĂŁo

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