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Homem sente forte cheiro em sua casa, ao descobrir abrir a parede se depara com enorme quantidade de sementes

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3 de fev. de 2024

Nick Castro, um funcionário de uma empresa de controle de legislação na Califórnia, viveu um momento surpreendente durante uma chamada de serviço. Ele foi convocado para remover o que se acreditava ser um animal morto dentro da parede de uma casa. Contudo, o que ele encontrou foi muito além das expectativas. Ao fazer um pequeno corte na parede, centenas de bolotas caíram pela abertura, revelando um mistério intrigante que nos leva a explorar as curiosidades das bolotas e sua ligação com árvores da família dos carvalhos. 

Alsorsa.News

Quando alguém pensa em um funcionário de uma empresa de controle de pragas, a primeira imagem que vem à mente é a de alguém que enfrenta ratos, baratos ou até mesmo animais mortos presos em espaços abertos. No entanto, para Nick Castro, um dia típico de trabalho se transformou em um mistério botânico digno de nota quando ele foi chamado para uma residência na Califórnia. 


A chamada era simples: provavelmente havia um animal morto preso atrás de uma das paredes da casa, causando desconforto aos moradores. Esta é uma ocorrência comum, onde pequenos animais, procurando abrigo ou talvez um local para nidificar, acabam se encontrando em espaços restritos e, eventualmente, encontram o fim de suas vidas ali. 


Nick, com sua experiência, estava pronto para resolver o problema rapidamente. Munido de ferramentas, ele fez um corte estratégico na parede, esperando a remoção do suposto animal. 


Nick Castro, trabalhador de uma companhia especializada em controle de pragas, encontrou algo inesperado ao ser acionado para remover um suposto animal morto de uma parede em uma residência na Califórnia. 


Ao realizar uma abertura na parede do imóvel, inúmeras sementes caíram a despencar do buraco. 


Essas sementes, conhecidas como bolotas, provêm de árvores da família dos carvalhos, incluindo o carvalho, a azinheira e o sobreiro. Seu formato lembra o de avelãs, mas são mais alongados. 


Nick, encarregado da manutenção, descobriu bolotas nas paredes da casa, indicando que os roedores se refugiaram lá por 2 a 5 invernos. Para retirá-las, foram abertas três oportunidades. As bolotas coletadas pesavam cerca de 300 quilos. Após a limpeza, ele vedou os espaços e instalou uma rede para prevenir futuras infiltrações. 


“Quanto mais eu retirei, mais apareciam”, contou ele ao jornal “The Washington Post” dos Estados Unidos. 


Ao observar o ambiente, Nick notou a presença de alguns Pica-paus-das-bolotas, aves desconhecidas por perfurarem árvores, edificações e moradias. 


Conforme estudos, essas aves têm o hábito de estocar inúmeras bolotas em locais abrigados para se sustentarem durante o inverno, especialmente as fêmeas que precisam de uma boa nutrição nessa estação. 


Nick, o encarregado da manutenção, explicou que ao armazenar a sua comida, é possível que algumas bolotas tenham escorregado inadvertidamente e se alojadas nas frestas das paredes. Ele estima que, com base na quantidade encontrada, os roedores devem ter sido refugiados em casa por um período que se estende por pelo menos 2 a 5 invernos. Além disso, foram necessários abrir mais três aberturas nas paredes para extrair todas as bolotas. Ele relatou que as nozes preencheram oito sacos de lixo e o conjunto deles pesou aproximadamente 300 quilos. Após a remoção completa, Nick fechou cuidadosamente os buracos e instalou uma rede entre o telhado e as paredes para evitar futuras infiltrações na residência. 

'Barbie': o pedido de desculpas da Warner Bros no Japão por responder memes de bomba atômica

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1 de ago. de 2023

O estúdio de cinema Warner Bros no Japão se desculpou depois que uma conta oficial do filme Barbie respondeu na internet a memes do filme com imagens de bombas atômicas.

Alsorsa.NewsWarner Bros 

Na internet, há uma onda de memes chamados "Barbenheimer", que misturam a temática de dois grandes filmes que estão chegando aos cinemas no mundo todo ao mesmo tempo: Barbie — uma comédia inspirada na boneca — e Oppenheimer — um drama biográfico sobre o desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra.


Algumas imagens mostraram a atriz Margot Robbie, de Barbie, com um penteado de nuvem em forma de cogumelo. A conta oficial do filme da Barbie respondeu: "Este Ken é um estilista".


Outras imagens de memes que enfureceram os usuários japoneses de mídia social incluem uma mostrando Cillian Murphy, que interpretou Robert Oppenheimer — conhecido como o "pai da bomba atômica", carregando Margot Robbie em seu ombro por uma cidade em chamas. A conta oficial do filme da Barbie respondeu: "Vai ser um verão para ser lembrado".


Barbie chegará aos cinemas japoneses em 11 de agosto — cinco dias após o 78º aniversário do ataque a bomba atômica em Hiroshima.


Na internet japonesa, a hashtag #NoBarbenheimer ficou no topo dos trending topics.


Em um comunicado publicado na própria conta da Barbie da Warner Bros no Japão, a empresa disse que era "extremamente lamentável que a conta oficial da sede americana do filme Barbie tenha reagido às postagens nas redes sociais dos fãs de 'Barbenheimer'".


A Warner Bros nos EUA não respondeu a um pedido de comentário da BBC.


O Twitter, que recentemente foi renomeado para X, adicionou notas às postagens originais para destacar o contexto histórico dos ataques com bombas atômicas no Japão.

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Getty Images | A cidade de Hiroshima ficou arrasada após explosão de bomba atômica

O número de mortes registradas são estimativas, mas acredita-se que cerca de 140 mil dos 350 mil habitantes de Hiroshima foram mortos na explosão em 6 de agosto de 1945. Pelo menos 74 mil pessoas morreram quando Nagasaki foi bombardeada três dias depois.


A radiação liberada pelas bombas fez com que milhares de pessoas morressem de doenças causadas pela radiação nos anos que se seguiram.


Um usuário de mídia social postou: "Meu avô estava em Hiroshima até alguns dias antes do lançamento da bomba atômica. Entre os que morreram sob aquela nuvem de cogumelo estavam muitas crianças que estavam na idade de brincar com bonecas Barbie".


Um porta-voz da cidade de Hiroshima disse à BBC que, 78 anos depois, "continuará trabalhando para disseminar o conhecimento e a compreensão do impacto físico e psicológico das bombas nucleares, bem como a esperança dos sobreviventes de uma bomba no desarmamento nuclear".


A distribuidora de Oppenheimer ainda não anunciou a data de lançamento do filme no Japão.


*Conteúdo BBC News 

Um morador de rua encontrou no chão um cheque no valor de uma grande quantia...

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29 de jul. de 2023

 " Em 2017, nos Estados Unidos, um morador de rua encontrou no chão um cheque no valor de uma grande quantia: 10 mil dólares. Ele decidiu devolver o cheque ao dono, que provavelmente deixou cair sem perceber. 

Metrópoles/Reprodução/Ilustração 


Havia um número de telefone escrito no cheque. Ele foi a uma cabine telefônica e fez uma ligação. O número era de uma empresária de sucesso e diretora executiva de uma empresa de imobiliária (Roberta Hoskie). 

Ilustração 


O morador de rua informou que havia encontrado seu cheque e que ela poderia ir busca. Eles se conheceram e, quando ela descobriu que ele era um morador de rua, ficou tão comovida com sua bondade que quis compensá-lo.


Ela comprou um apartamento para ele e depois o matriculou em uma escola imobiliária. Depois de se formar, ela o nomeou membro do conselho de uma de suas fundações." 



Mundo Alucinante.

Vendedora que trabalhou 74 anos sem faltar um dia ao serviço se aposenta aos 90

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9 de jul. de 2023

Americana, que criou o filho sozinha, almoçava correndo para atender mais clientes em loja no Texas

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Melba e o filho, Terry Mebane Reprodução/Instagram

Durante 74 anos, Melba Mebane trabalhou na loja de departamentos Mayer & Schmidt, em Tyler (Texas, EUA). Com um detalhes impressionante: ela não faltou ao trabalho um dia sequer! Nem com atestado médico.


Neste mês, entretanto, a americana de 90 anos decidiu se aposentar.


Melba começou na loja como a "menina do elevador", em 1949. Anos depois, ela foi promovida a vendedora da seção de cosméticos.

JPCN.Blog
Festa de despedida para Melba Mebane, aposentada aos 90 anos — Foto: Reprodução


"Mesmo os tempos mudando, de onde ela começou até onde estamos agora no mundo moderno, os valores dela ainda permanecem", disse o chefe da idosa, James Saenz, de acordo com a Fox News. "Melba dá o tom certo para tudo, cada expectativa, cada qualidade de atendimento ao cliente que procuramos em uma experiência de luxo. Você pode imaginar quantas pessoas ela treinou, ensinou e treinou para aspirar a ser mais? É incrível pensar em quantas vidas ela tocou. Ela não é apenas uma vendedora. Ela é mãe. Ela o orienta. Ela te dá conselhos sobre a vida. Ela é incrível", acrescentou ele.


Mesmo na faixa dos 80 anos, a americana trabalhava 40 horas semanais. As suas paradas para almoço eram curtas, pois ela não queria perder tempo, já que era o momento em que as pessoas costumavam sair do trabalho e passar na loja.


"A loja abre às 10h, mas ela sempre chegava ao estacionamento por volta das 9h", disse o filho, Terry.

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Melba Mebane: aposentada após 74 anos sem faltar um dia ao trabalho — Foto: Reprodução

Durante grande parte da carreira, Melba foi mãe solo. Ela criou sozinha o seu filho, agora consultor financeiro em Tyler. Ele disse ter boas lembranças do trabalho árduo da mãe.


"Eu pegava o ônibus à tarde para a casa dos meus avós porque minha mãe não apenas amava seu trabalho, mas obviamente precisávamos do trabalho dela", contou Terry. "Havia momentos em que eu pedia para meu avô me levar até a loja por volta das 19h e eu meio que corria pelo shopping ou pela loja e ia com ela para casa às 21h", continuou.

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Melba Mebane trabalhou mais de sete décadas na Dillard's, em Tyler (Texas) — Foto: Reprodução


Na verdade, Melba não queria parar. Mas problemas de saúde a fizeram abrir mão do trabalho. Os donos da loja, dezenas de funcionários e parentes da idosa se reuniram para uma chorosa festa de despedida.


*Extra

Um professor pediu aos alunos que levassem uma sacola com batatas para a sala de aula...

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3 de jul. de 2023

 Um professor pediu aos alunos que levassem uma sacola com batatas para a sala de aula. Disse-lhes que separassem uma batata para cada pessoa que os magoara ou de alguma forma os fizera sofrer. Depois disso que escrevessem o nome de cada pessoa em cada batata e as colocassem dentro da sacola.

Eles começaram a pensar, e foram lembrando e escrevendo uma a uma as pessoas que os tinham magoado... Algumas sacolas ficaram muito pesadas!

A tarefa seguinte consistia em, durante uma semana, carregar consigo a sacola com as batatas para onde quer que fossem. Com o tempo as batatas foram se estragando e era um incômodo carregar a sacola o tempo todo e ainda sentir seu mau cheiro. Além disso, a preocupação em não esquecê-la em algum lugar fazia com que deixassem de prestar atenção em outras coisas que eram importantes para eles.

E foi assim que os alunos entenderam a lição de que carregar mágoas é tão ruim quanto carregar batatas podres.

Quando damos importância aos problemas não resolvidos ou às promessas não cumpridas, nossos pensamentos enchem-se de mágoa, aumentando o stress e roubando nossa alegria.

Perdoar e deixar estes sentimentos irem embora é a única forma de trazer de volta a paz e a calma.

Jogue Fora suas "batatas"!    


_  Autoria Anônima!

Via-> *Poesia e Pensamento

Após ter vídeo gravado fazendo locução de vendas, morador de rua ganha emprego no Rio

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25 de jun. de 2023

 Após ter vídeo gravado fazendo locução de vendas, morador de rua ganha emprego no Rio

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A vida tem seus meios de mostrar a todos nós que as dificuldades estão aí para serem ultrapassadas. Um bom exemplo é do morador de rua, Adonai Henrique Morais, de 43 anos, que conquistou uma vaga de emprego, após ter um vídeo seu fazendo locução em mercado, postado no Instagram no último sábado (19).


Desenvolto e criativo, Nay, como é chamado, aparece nas imagens anunciando produtos do Shopping das Frutas, que fica no Catete, na Zona Sul da cidade.


Com boa voz, o novo locutor conquistou três mil seguidores, em menos de um dia. Uma conta foi especialmente aberta para ele, já que agora, muitas pessoas que querem tirar fotos ou gravar vídeos com ele, que tornou-se exemplo de superação.


A  seu primeiro dia trabalho, nesta quarta-feira (21), foi marcado por muita ansiedade. Por precaução, o novo funcionário chegou com uma hora de antecedência do início das suas atividades. Com tanto cuidado, é muito difícil que as coisas não deem certo na vida deste cidadão, que conhece os dissabores de viver ao léu e sem um tostão nas ruas do Rio de Janeiro. 


O vídeo, um presente que caiu dos céus, foi gravado por Valdir Sila, locutor oficial da loja. Nem ele poderia imaginar que, o que parecia ser uma simples brincadeira, atingiria três milhões de visualizações, além de ter mudado a vida de uma pessoa.


Nay, por sua vez, não que revolver os recantos das suas dores engendradas nos dias e noites passados nas calçadas da cidade. Ele não quer falar sobre o assunto. Pelo visto, prefere se concentrar no que vem pela frente. Uma mágica aconteceu, e um humilhado passou a ser exaltado pela vida. Aproveite a sorte Nay. Como diz um ditado nordestino: A oportunidade é careca, agarre-a pelos cabelos.


Rádio Mulher: o veículo que enfrentou o machismo nos anos 1970 e acabou perdendo

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13 de jun. de 2023

 Rádio Mulher: o veículo que enfrentou o machismo nos anos 1970 e acabou perdendo

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Mulher entrevista Pelé em campo de futebol | CRÉDITO,MUSEU DO FUTEBOL | A rádio levou apenas repórteres mulheres para cobrir o futebol masculino em campo


A Sociedade Esportiva Palmeiras e a Associação Portuguesa de Desportos se preparavam para um amistoso na noite de 15 de junho de 1971.


Enquanto os jogadores se trocavam no vestiário e conferiam os últimos detalhes antes de entrar em campo, narradores e comentaristas se organizavam para a transmissão de rádio nas cabines do antigo Estádio Palestra Itália.


A data é significativa porque marca uma revolução: a introdução das mulheres no mundo da narração esportiva por meio da Rádio Mulher. Naquele dia, a voz de Zuleide Ranieri (1945-2016), responsável pela narração da partida, ecoou no estádio.


Ela foi a voz da Rádio Mulher que atraiu homens e mulheres para acompanhar os grandes clássicos do futebol brasileiro. E, ao longo de sua trajetória na rádio, foi responsável por bordões icônicos, como "Uma mulher a mais no estádio, um palavrão a menos".


A história de pioneirismo, porém, começou um pouco antes. Comprada em 1969 com o nome de Santo Amaro AM pelo empresário Roberto Montoro, a rádio passou por uma profunda reformulação.


O executivo não perdeu tempo e, no ano seguinte, transformou a estação na Rádio Mulher, após conversar com seu irmão e sócio, Antonio Montoro, e a então diretora-administrativa da empresa, Aurora Portela.


Em 1970, apenas profissionais do sexo feminino tinham espaço na equipe da 930 AM. A programação era elaborada por mulheres (para mulheres) — uma verdadeira revolução no meio da comunicação no país.


A grande inovação, no entanto, aconteceu no ano seguinte, quando a programação abriu espaço para o futebol, e foram contratadas jornalistas para cuidar do departamento esportivo.


O jogo entre Palmeiras e Portuguesa terminou dois a zero para a equipe alviverde — e o trabalho feito pela Rádio Mulher chamou a atenção. Em pouco tempo, a estação se tornou referência, e o público foi crescendo partida após partida. Ao longo daquele ano, a equipe transmitiu a Copa Roca e a primeira edição do Campeonato Brasileiro.


Dali surgiram nomes importantes do jornalismo brasileiro, como Germana Garilli, repórter de campo, Jurema Yara e Leilah Silveira, comentaristas, e Claudete Troiano, também repórter de campo e segunda narradora, revezando com Zuleide.

Alsorsa.News
Museu do Futebol | As mulheres da estação 930 AM conquistaram o público, e a audiência da rádio cresceu ao longo do tempo


"Não existia clima ruim de trabalho. Não sei se era porque a gente estava tão focada. Já era tão difícil entrar em um campo totalmente ocupado por homens em todos sentidos — por críticos, jogadores, torcedores —, então entre nós foi sempre tudo muito bem", diz Claudete sobre a união da equipe durante os trabalhos esportivos da Rádio Mulher.


A Rádio Mulher também apresentou outra inovação na transmissão de partidas de futebol no Brasil: a introdução de uma comentarista de arbitragem, Léa Campos. A ideia de colocar uma ex-árbitra para analisar os lances polêmicos acabou sendo vista como revolucionária. A TV Globo, por exemplo, só tomou uma iniciativa semelhante em 1989, com Arnaldo Cezar Coelho.


Claudete, que ficou famosa por apresentar programas na TV aberta, como o "Note e Anote", da Record TV, destaca que a Rádio Mulher foi pioneira não apenas para o jornalismo esportivo, mas também para o esporte em geral.


"O espaço das mulheres vem crescendo e muito. Se você levar em conta que a mulher tinha que se vestir de palhaço para se disfarçar para poder jogar futebol, que quando a gente começou, lá na década de 1970, clubes de futebol feminino, como o Radar de Pernambuco, estavam dando os primeiros passos, olha só como isso cresceu", avalia.


"Hoje temos jogos de futebol feminino recebendo grandes plateias, com o torcedor apoiando. E a mulher tem ocupado todos os espaços no rádio, na TV e em todas as mídias com muita sabedoria."


O machismo dos colegas de trabalho

As mulheres da estação 930 AM conquistaram o público. A audiência foi crescendo, sobretudo entre o público masculino. Isso gerou incômodo por parte de jornalistas homens — muitos deles resistiam à ideia de mulheres trabalhando com futebol.


Parte dessa visão era herança do Decreto-Lei 3199, sancionado em 1941 pelo então presidente Getúlio Vargas. O texto proibia a "prática de esportes incompatíveis com a natureza feminina", incluindo o futebol. O documento só foi revogado em 1979.


"Havia machismo naquela época. Eu narrei futebol, mas comecei como repórter de campo. A narradora principal era a Zuleide, e eu fiquei um tempinho fazendo reportagem de campo, porque fui contratada pela Rádio Mulher por causa das minhas reportagens em outras emissoras de rádio. Na reportagem, eu sentia o machismo", relembra Claudete.


"Na época, os repórteres eram o Faustão, Cândido Garcia, só gente fera no campo. Eles ficavam meio desconfiados, soltavam algumas informações que não eram corretas só para ver se você caía, passava essa informação para a torcida. Também tinha o espanto da torcida, porque não estava acostumada com mulher dentro de campo até chegar a nossa equipe, que era muito jovem. Só tinha uma fotógrafa que já tinha uma idade avançada e trabalhava no Estadão", conta a apresentadora.


Era uma época em que apenas 18% das mulheres trabalhavam fora de casa, de acordo com a Fundação Carlos Chagas. E a crença de que "futebol é coisa de homem" era bastante difundida.


O preconceito em relação às mulheres estava refletido nas restrições que a equipe da rádio sofria. Proibidas de entrar nos vestiários — enquanto jornalistas homens tinham acesso ao local para entrevistar atletas e dirigentes —, as repórteres da 930 AM encontraram outra solução para informar os ouvintes.


"A gente fazia amizade com mãe, namorada e esposa de jogador. Então a gente tinha informações da vida dos jogadores, porque os outros repórteres não se preocupavam com isso. A gente se virava como podia", recorda Claudete.


"Existia machismo naquela época. Até hoje existe. Durante muito tempo, depois do nosso trabalho que durou cerca de cinco anos, a mulher ainda era utilizada apenas como decoração nos programas esportivos de televisão, imagina naquele tempo", acrescenta.

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Museu do Futebol  | A rádio é lembrada até hoje como um importante avanço das mulheres no esporte


A derrocada da Rádio Mulher

Não há informações detalhadas sobre o fim da Rádio Mulher, mas um dos motivos alegados para o fechamento da estação foi a falta de patrocínio. Muitas empresas não acreditaram nos projetos da emissora, inclusive do departamento de esporte, que era sucesso de audiência.


Embora a programação fosse feita por mulheres, a audiência da estação era, em sua maioria, masculina — e diante da pressão do mercado publicitário, Roberto Montoro decidiu convidar jornalistas homens para fazer parte da equipe. A ideia era manter a audiência e, ao mesmo tempo, atrair patrocinadores. Não deu resultado.


Pelé, considerado por muitos como o maior jogador de futebol de todos os tempos, chegou a cogitar levar o projeto à Rádio Clube de Santos, da qual era proprietário. Só que o plano não deu certo, porque ele deixou o futebol brasileiro e foi morar nos Estados Unidos para jogar no New York Cosmos.

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Museu do Futebol  | Apesar de pioneira, a rádio acabou fechando, entre outros motivos, por falta de patrocínio


Em 1976, já sem boa parte da equipe que iniciou o projeto, a Rádio Mulher chegou ao fim. Mas Claudete tem convicção de que o trabalho da rádio permitiu que outras mulheres conquistassem seu espaço no mundo do futebol.


"Acho que a gente, da Rádio Mulher, colaborou para tudo isso. Sempre tem que ter alguém para abrir uma porta, jogar uma luz e colocar uma ideia na cabeça para as coisas acontecerem. Acho que ali foi uma sementinha importante que a Rádio Mulher plantou, e eu tive o prazer de participar. Tenho muito orgulho disso", diz ela.


Novas conquistas

Hoje, a situação é bem diferente. As jornalistas Renata Fan e Glenda Kozlowski, por exemplo, são referências por estarem há décadas comandando programas de futebol na TV aberta.


Mas as mulheres seguem conquistando seu espaço no jornalismo esportivo. Em 2022, Ana Thaís Matos se tornou a primeira jornalista mulher a comentar jogos da Copa do Mundo de Futebol Masculino na Globo, e Renata Silveira, a primeira narradora mulher da emissora.


"Não tínhamos noção que estávamos abrindo um campo de trabalho tão importante", afirma Claudete Troiano.


"Lamento que a rádio tenha chegado ao fim, porque a família Montoro é maravilhosa. Agradeço ao seu Montoro e a sua família pelo que fizeram pela gente. Foi muito importante para as mulheres."


*BBC News 

Jovem que nasceu na prisão é aprovada para cursar direito em Harvard

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31 de mai. de 2023

 Aurora Sky Castner concluiu o ensino médio como uma das melhores da turma e conquistou a vaga em uma das faculdades mais conceituadas e disputadas do mundo

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(crédito: Reprodução/Facebook/Academia de Ciência e Saúde/ Conroe ISD)

A norte-americana Aurora Sky Castner, 18 anos, natural do Texas, no sul dos Estados Unidos, acaba de ser aprovada para a faculdade de direito em Harvard. Essa poderia ser mais uma história comum de uma jovem entrando para o ensino superior se não fosse o histórico de superação da garota, considerada prodígio: ela nasceu em uma prisão no condado de Galveston.


Aurora foi criada pelo pai, que a pegou na prisão no dia em que sua mãe biológica deu à luz. Ao longo da vida, a jovem não teve a presença da figura materna, com quem teve contato uma única vez quando tinha 14 anos.


Para conquistar o sonho de entrar em Harvard, Aurora contou com a ajuda da comunidade de Conroe, uma cidade localizada no Condado de Montgomery, no Texas. A equipe da escola de ensino fundamental onde ela estudou notou o interesse da jovem pela leitura, seu esforço e competitividade e a apresentou a um programa de mentoria, onde voluntários adultos almoçam com jovens alunos pelo menos uma vez por semana e os aconselham sobre objetivos, medos e futuros.


De acordo com o jornal New York Post, a mentora de Aurora, Mona Hamby passou a fazer parte da vida da estudante, com quem mantém uma amizade há dez anos. “Recebi um artigo sobre ela. Sua heroína era Rosa Parks, sua comida favorita eram tacos do Dairy Queen e ela adorava ler. Achei que isso soa como uma garotinha inteligente”, disse Hamby ao periódico norte-americano.


A relação da jovem e sua mentora foi além dos almoços uma vez por semana e Hamby passou a exercer um papel primordial na vida de Aurora. Ela a levou para seu primeiro corte de cabelo em um salão, ajudou-a a comprar óculos e a levou para conhecer os campus de Harvard em março de 2022. Depois da visita, o interesse da estudante pela universidade se intensificou e ela passou a dedicar seus estudos no ensino médio, na Conroe High School, onde se formou, para esse objetivo.


De acordo com o jornal The Courier, do Condado de Montgomery, onde Aurora morou a maior parte da vida, a jovem começou a redação de admissão em Harvard contando que nasceu na prisão.


Uma aluna de destaque

A trajetória de Aurora Castner no ensino médio foi marcada por boas notas e o interesse no futuro. A estudante fez parte da Academia para Profissões de Saúde e Ciências da Conroe High School. A principal missão da academia é preparar os alunos interessados em ciências, matemática e suas aplicações para o sucesso futuro.


Aurora também contou com a ajuda de James Wallace, professor da Universidade de Boston, para preparar sua inscrição em Harvard. “Ele me ajudou a contar minha história da melhor maneira possível”, disse a jovem.


Castner disse que está interessada em estudar psicologia e filosofia em Harvard, com os olhos postos em um futuro diploma de direito em um cargo compartilhado com outros alunos de Harvard. “Estou muito animado para frequentar o Harvard College no outono”, afirmou a jovem. “Mal posso esperar para conhecer meus colegas de classe, então não tenha medo de entrar em contato”, completou.


*Correio Braziliense

Influenciador não pode mais publicar vídeos da capivara Filó e diz que nunca faturou com animais

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1 de mai. de 2023

Resumindo a Notícia

■ Agenor Tupinambá conseguiu a tutela provisória da capivara Filó.

■ O influenciador continua proibido de fazer publicações com o animal.

■ Ele havia sido acusado de maus-tratos e multado em R$ 17 mil.

Alsorsa.News |


Agenor Tupinambá tem a tutela provisória da capivara Filó | Reprodução

No último domingo (30), o influenciador Agenor Tupinambá recebeu a tutela provisória da capivara Filó. O animal morava com o influenciador, que fazia sucesso com publicações de animais nas redes sociais, mas foi resgatado pelo Ibama sob suspeita de maus-tratos. Agora, o bicho continua com o tiktoker, que está proibido pela Justiça de fazer publicações com animais silvestres.


Na última semana, o Ibama chegou a multar Agenor em R$ 17 mil por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração de animal. O influenciador teve de entregar a capivara ao órgão público e apagar todos os vídeos que tinha com o animal.


Após grande mobilização pública, a Justiça concedeu a tutela provisória do animal ao jovem ribeirinho, por entender que ele vive em harmonia com a natureza. Porém, o rapaz continua proibido de fazer publicações com Filó.


Por mais que tenha milhões de seguidores nas redes sociais, Agenor disse nunca ter ganhado dinheiro com os animais silvestres. Ele confirmou que já produziu publicidade para as redes sociais, mas afirmou que sempre deixou os animais de fora delas.


"Comecei a ver muitos comentários de que estava ganhando muito dinheiro com esses vídeos. Tenho como provar que era só eu mostrando a minha vida e minha cultura. Nunca monetizei em cima disso", disse durante uma live.


Na sentença judicial que concedeu a tutela de Filó a Agenor Tupinambá, o juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante entendeu que o influenciador vive no meio da floresta, o habitat da capivara. Por isso, o animal poderá ficar com o jovem até o fim do processo. Entretanto, o tiktoker precisa seguir algumas condições, como não publicar conteúdos da capivara, fornecer informações periódicas do estado de saúde do animal e facilitar o acesso à fiscalização de órgãos ambientais.


"Pelos diversos vídeos publicados, constata-se que o autor, morador de zona rural de um pequeno município do interior do estado do Amazonas, vive em perfeita simbiose com a floresta e com os animais ali existentes. Não há muros ou cercas que separam o casebre do autor em relação aos limites da floresta. Os animais circundam a casa e andam livremente em direção à residência ou no rumo do interior da mata. Não há animais de estimação na casa do autor porque o seu quintal é a própria Floresta Amazônica. Percebe-se, portanto, que não é a Filó que mora na casa de Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos na Amazônia, realidade muito difícil de ser imaginada por moradores de outras localidades urbanas do Brasil. Ante o exposto, concedo a tutela provisória de urgência para que, até o desfecho da lide, seja deferida a guarda provisória da capivara Filó a Agenor Bruce Tupinambá. Como consequência, determino que o IBAMA seja compelido a fazer a entrega do animal ao autor, imediatamente", disse o juiz na decisão.


■ No último fim de semana, o caso da capivara Filó mobilizou as redes sociais. O animal vivia com o influenciador Agenor Tupinambá e chegou a ser resgatado pelo Ibama, mas após uma grande mobilização, dentro e fora da internet, a Justiça determinou que o tiktoker deve ter a tutela provisória de Filó











Reprodução/Instagram


*R7 Entretenimento 

Reviravolta: Capivara Filó é devolvida ao tiktoker após determinação judicial

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 Reviravolta: Capivara Filó é devolvida ao tiktoker após determinação judicial

Alsorsa.News |
O TikToker Agenor Tupinambá retoma a tutela da capivara Filó. Reprodução Instagram


A capivara Filó, na manhã deste domingo (30) teve, por determinação da Justiça Federal, sua tutela restituída ao influencer Agenor Tupinambá.


A decisão é provisória e vale até o desfecho do caso. Na decisão, o juiz Márcio André Lopes Cavalcante saliente que “não é Filó que mora na casa de Agenor”, mas “o autor que vive na floresta”.


A devolução de Filó foi acompanhada por diversas pessoas na frente do no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, em Manaus e foi transmitida ao vivo pelo Instagram da deputada estadual Joana Darc:

Veja vídeo:

*DCM

Em busca de apoio popular, República fez de Tiradentes herói nacional

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21 de abr. de 2023

Em 21 de abril de 1792, o alferes Joaquim José da Silva Xavier foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro. Mais conhecido pelo apelido Tiradentes, ele pagou com a vida por ter figurado entre os conspiradores da malsucedida Inconfidência Mineira.


Logo em seguida, o cadáver esquartejado de Tiradentes foi transportado para Vila Rica (atual Ouro Preto). Os pedaços foram deixados ao longo da estrada. Apenas a cabeça em decomposição chegou à capital da capitania de Minas Gerais, onde permaneceu exposta no alto de um poste. O espetáculo lúgubre foi uma advertência da rainha portuguesa D. Maria I àqueles que na Colônia ousassem embarcar em algum movimento separatista. 


Com o passar do tempo, Tiradentes se reabilitou como personagem histórico. Antes um subversivo execrável e perigoso, ele hoje é símbolo do Brasil e recordista de homenagens. O inconfidente foi o primeiro brasileiro a receber o título de herói da pátria. Também é, por força de lei, patrono cívico da nação e patrono das polícias civis e militares. Praticamente toda cidade do país tem alguma rua, praça ou escola com o seu nome. O dia 21 de abril é um dos nove feriados nacionais.


Documentos históricos do Arquivo do Senado, em Brasília, mostram que a transformação de Tiradentes no herói máximo do Brasil não foi um movimento espontâneo, resultado da simples ação do tempo. A reabilitação, na realidade, foi um projeto político executado pelos republicanos assim que o golpe de 15 de novembro de 1889 derrubou a Monarquia.


Até então, nos quase 70 anos do Império, Tiradentes não tivera maior significado. Nesse período, os senadores vitalícios fizeram em seus discursos meras cinco referências a ele e à Inconfidência Mineira, todas superficiais e breves. Em contraste, apenas nos três meses do Congresso Nacional Constituinte de 1890-1891, os senadores e deputados fizeram 15 menções.



Pinturas de Tiradentes feitas na década de 1890 por Aurélio de Figueiredo, Décio Villares e Pedro Américo (imagens: reproduções)

 

O deputado Pereira da Costa (RS), por exemplo, afirmou que os parlamentares que elaboravam a primeira Constituição republicana deveriam se inspirar no inconfidente:


— Meus senhores, eu acredito que este Congresso permanecerá na altura da sua grande missão porque creio muito na força incontestável das ideias e dos acontecimentos. A mesma força que imortalizou Tiradentes e o padre Caneca e fez de Benjamin Constant um ídolo, esse mesmo poder invencível há de guiar-nos, quer queiram os déspotas, quer não, na larga estrada do progresso.


A Constituição de 1891 previu que a capital brasileira seria em algum momento transferida do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Nas discussões desse artigo, o senador constituinte Virgílio Damásio (BA) apresentou uma emenda para que a futura capital fosse batizada de Cidade Tiradentes. Ele discursou:


— Assim como o nome de Bolívar foi dado à Bolívia por causa dos relevantes serviços prestados à pátria por esse cidadão e assim como a capital da grande república americana tomou o nome de Washington, não é natural que do mesmo modo nós, que tivemos Tiradentes, escolhamos o seu nome para a nossa capital? É o nome do protomártir da República, do apóstolo da liberdade, que entregou a vida pela pátria.


A emenda acabou sendo arquivada. Diante de temas mais urgentes, os constituintes preferiram não gastar energia discutindo o nome da capital — que, no fim das contas, só sairia do papel sete décadas mais tarde, com a inauguração de Brasília.

Senador propôs em 1890 que a futura capital do Brasil, no Planalto Central, se chamasse Cidade Tiradentes (imagem: Arquivo do Senado)

Num tom ainda mais laudatório, o deputado Costa Machado (MG) explicou aos colegas constituintes por que o seu conterrâneo deveria ser tratado como um mito:


— Existiu em Minas um homem que chamarei providencial e outros chamarão louco. Sim, senhores, há ideias que enlouquecem, há paixões que matam! Esse homem, rodeado de outros cidadãos distintos, viu no horizonte de sua consciência a estrela da esperança para a pátria. Ele quis torná-la independente e livre. E, caminhando atraído por seus raios, não viu que no mundo há abismos. Foi preso, levantou-se o patíbulo e ele oscilou na corda. O seu corpo foi completamente esquartejado, sua família infamada, seus bens confiscados, sua casa demolida e o solo salgado. O nome, porém, de Tiradentes caiu nos braços da glória para ressurgir cem anos depois, resplendente, nas culminantes alturas da história.


 Os primeiros quadros a óleo a representar a figura de Tiradentes datam justamente dos momentos iniciais da República, como os pintados por Décio Villares, Pedro Américo e Aurélio de Figueiredo nos anos 1890. Outros viriam nas décadas seguintes e também se tornariam clássicos.


Não se vê em nenhuma dessas pinturas a fisionomia real de Tiradentes, mas sim rostos imaginados ou idealizados, já que os historiadores jamais encontraram nenhum documento da época colonial contendo uma descrição física detalhada do inconfidente.


O historiador José Murilo de Carvalho, autor do livro A Formação das Almas – o imaginário da República no Brasil (editora Companhia das Letras), lembra que o movimento que derrubou a Monarquia em 1889 foi executado e apoiado por um número reduzido de pessoas, entre militares e políticos republicanos, sem a participação do povo. Os novos chefes do país temiam que a população rejeitasse a mudança de regime e se rebelasse para devolver o poder à família de D. Pedro II. Eles, então, saíram à procura de um herói republicano que ajudasse na “construção simbólica da nação” e servisse de “antídoto às ameaças de conflitos”. Carvalho explica:


— Heróis são símbolos poderosos, encarnações de ideias e aspirações, pontos de referência, fulcros de identificação coletiva. São, por isso, instrumentos eficazes para atingir a cabeça e o coração dos cidadãos a serviço da legitimação de regimes políticos. Não há regime que não promova o culto de seus heróis e não possua seu panteão cívico. Em alguns, os heróis surgiram quase espontaneamente das lutas que precederam a nova ordem das coisas. Em outras, de menor profundidade popular, foi necessário maior esforço na escolha e na promoção da figura do herói. É exatamente nesses últimos casos que o herói é mais importante.

Decreto do marechal Deodoro da Fonseca estabelece o dia 21 de abril como feriado nacional (imagem: Biblioteca do Senado)

De acordo com o historiador, o herói necessário em 1889 foi inicialmente buscado entre os próprios protagonistas do golpe contra o Império. Nenhum deles, porém, tinha apelo popular. Até o marechal Deodoro da Fonseca, que seria a figura mais óbvia, foi descartado porque era um monarquista convicto e só aderiu ao republicanismo no último minuto e também porque sua figura idosa e barbada remetia a D. Pedro II.


Dada a “pouca densidade histórica” do 15 de novembro de 1889, a personalidade ideal acabou sendo aquela enforcada pela Coroa portuguesa quase cem anos antes. Foram três os motivos principais.


Primeiro, porque Tiradentes foi um republicano. A Inconfidência Mineira teve como objetivo separar a capitania de Minas Gerais do reino de Portugal, por causa do excesso de impostos, e transformá-la numa república independente. Depois, porque Minas Gerais era na Primeira República um estado central em termos geográficos e políticos, não um estado distante e decadente. Por fim, porque havia em Tiradentes um quê de Jesus Cristo. O inconfidente defendeu tão somente a liberdade, foi traído por um amigo, não entregou os companheiros de rebelião, caminhou de forma altiva até a forca e aceitou a morte em nome de um ideal. Não à toa, as pinturas clássicas retratam Tiradentes como se ele fosse fisicamente parecido com a imagem de Cristo.


Com a escolha desse herói, a mensagem que os republicanos quiseram passar à população foi a de que eles tomaram o poder em 1889 com o nobre objetivo de enfim tornar realidade o antigo sonho do mártir mineiro.


— Em maior ou menor dose, todos os heróis e heroínas nacionais são construídos. A figura tem que ser lapidada, limpa de qualquer traço negativo, para ser um modelo inspirador, unificador. Basta ver Joana d’Arc, Napoleão, Lincoln, Bolívar, Mao Tsé-Tung etc. — continua José Murilo de Carvalho. — No caso de Tiradentes, puseram ênfase em certos aspectos de sua vida e personalidade. Pelo lado cívico, ele podia ser visto como um rebelde republicano e patriota. Pelo lado religioso, como um Cristo que se sacrifica pelos outros. Sua construção como herói baseou-se em diferentes leituras. Esquartejado fisicamente, sua memória foi sendo costurada aos poucos, em um país com pouca oferta de heróis.

História em quadrinhos publicada em 1906 na revista Tico-Tico narra a Inconfidência Mineira em versão para crianças (imagem: Biblioteca Nacional Digital)

Em boa parte do tempo, a Monarquia não viu grandes problemas em Tiradentes. Ele foi apresentado como mais um entre os tantos personagens do passado colonial. Os livros e jornais da época que citavam a Inconfidência Mineira enfatizavam o desejo dos rebeldes de tornar Minas Gerais independente e abafavam as pretensões republicanas.


A situação mudou na década de 1870, quando o movimento republicano em ascensão decidiu adotar Tiradentes como o símbolo da causa. Temendo que essa imagem idealizada se cristalizasse, os historiadores oficiais do Império correram para tentar neutralizá-la. No livro História da Conjuração Mineira, de 1873, o historiador Joaquim Norberto de Souza Silva descreveu Tiradentes como repugnante e descontrolado, o que levava as pessoas a zombar dele.


Assim, o que o os republicanos de 1889 fizeram foi transformar em política de Estado uma estratégia que já vinha sendo desenvolvida em menor escala pelos chamados republicanos históricos.


Em 1890, como parte dessa política, o governo republicano baixou um decreto estabelecendo uma série de feriados nacionais, entre os quais 14 de julho, o aniversário da Revolução Francesa (que, durante o processo, guilhotinou o rei e implantou a República), e 21 de abril, o aniversário do martírio de Tiradentes. No ano seguinte, a Praça da Constituição, uma das mais importantes do Rio, localizada a poucos metros do local onde o rebelde mineiro foi enforcado, passou a chamar-se Praça Tiradentes.


O Senado e a Câmara dos Deputados também participaram da “santificação” de Tiradentes. Em 1892, o deputado José Bevilacqua (CE) apresentou um projeto de lei criando um concurso público para a escolha de dois monumentos à memória do inconfidente, com prêmio em dinheiro aos vencedores.  


No início da década de 1920, alguns deputados se manifestaram contrários à demolição da Cadeia Velha, no centro do Rio, por ter sido o local onde Tiradentes havia aguardado o enforcamento. Eles foram ignorados. O novo prédio, que ficou pronto em 1926 e passou a abrigar a Câmara dos Deputados, foi batizado de Palácio Tiradentes. Diante dele, ergueu-se uma estátua do inconfidente. No edifício hoje funciona a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Guerra de versões: no livro do historiador monarquista Joaquim Norberto de Souza Silva, de 1873, Tiradentes é descrito como repugnante; no discurso do ativista republicano Silva Jardim, de 1890, ele aparece como uma figura quase mística (imagens: Biblioteca do Senado)

A “santificação”, entretanto, não foi pacífica. No momento da oficialização de Tiradentes como herói republicano, houve parlamentares que questionaram a escolha. Em 1893, em meio às discussões daquele projeto que previa o concurso público de monumentos à memória de Tiradentes, o senador Gaspar de Drummond (PE) defendeu que o herói fosse o seu conterrâneo Bernardo Vieira de Melo, um dos líderes da Revolta dos Mascates, ocorrida na capitania de Pernambuco.


— O movimento revolucionário foi ali operado em 1710. Já se vê, pois, que muito antes da Conjuração Mineira, com quase um século de precedência, Bernardo Vieira de Melo propunha no Senado de Olinda a adoção da forma de governo republicana. Nestas condições, não pode caber a Tiradentes o monumento que se pretende erigir-lhe como precursor da República no Brasil — argumentou. 


— O ilustre senador por Pernambuco propõe um novo esquartejamento do herói e coloca-se ao lado dos seus algozes — reagiu o senador Américo Lobo (MG).


— O que sagrou Tiradentes como o mais notável foi justamente o seu esquartejamento, ato de brutal selvageria — afirmou o senador Cristiano Ottoni (MG).


— Mas então está invertida a significação dos termos. Precursor não é o que vem antes, não. Precursor agora é o que sofre mais! — devolveu o senador pernambucano. — Pois bem, elevem o monumento. Será uma mentira de mármore ou bronze.


O senador Joaquim Catunda (CE) também pôs em dúvida as credenciais de Tiradentes: 


— Sei perfeitamente a história da Inconfidência Mineira. E, sem faltar ao respeito devido a seus mártires, direi que Tiradentes foi apenas portador de ordens dos verdadeiros colaboradores da ideia republicana. Além disso, se o valor das ideias se mede pelos seus resultados, pela fecundação nos espíritos, a de Tiradentes foi inteiramente estéril, mesmo porque ele não foi o autor dela.

Destinado a crianças, perfil de Tiradentes publicado na Folhinha Biográfica em 1862, no Império, ressalta o seu desejo de independência e ignora suas pretensões republicanas (imagem: Biblioteca Nacional Digital)

A estratégia política adotada pelo Estado em 1889 acabou sendo tão eficaz que, mesmo depois de a República ter se consolidado, Tiradentes jamais deixou de ser encarado como mito.


Ele se tornou patrono das polícias em 1946, patrono cívico da nação brasileira em 1965 e herói da pátria em 1989.


Em 1946, depois de os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) retornarem da Segunda Guerra Mundial vitoriosos, o deputado constituinte José Claudino da Silva (PCB-RJ) os comparou aos heróis do passado pré-Independência:


— Os expedicionários cumpriram sua grande missão, correspondendo aos anseios do povo brasileiro. Em nada ficaram a dever aos vultos do passado que o nosso povo ama e cultua. Herdeiros e continuadores de nossas tradições históricas de glória, enfileiram-se ao lado de Zumbi, Tiradentes, Frei Caneca e tantos outros. O seu esforço é digno do reconhecimento de todos os sinceros antifascistas e democratas.


Em 1948, o senador João Villas Boas (UDN-MT) exigiu que o repórter português que havia publicado no jornal Brasil-Portugal um artigo com críticas a Tiradentes fosse punido exemplarmente:


— Na galeria dos heróis da pátria, ocupa o primeiro lugar a figura do tenente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. A injúria assacada pelo jornalista estrangeiro que se acoita em nossa terra e vive à custa da generosidade do Brasil até hoje não recebeu a merecida punição. Venho a esta tribuna para interpelar o senhor ministro da Justiça sobre se, obedecendo ao seu escrupuloso devotamento à Lei de Segurança e Defesa Nacional, já determinou a apreensão do aludido jornal e iniciou o processo de expulsão daquele ousado português.

Revista Tico-Tico publica foto de crianças de São Paulo em festa para Tiradentes em 1919 (imagem: Biblioteca Nacional Digital)

Em 1964, uma semana depois do golpe que implantou a ditadura militar, os deputados Ítalo Fittipaldi (PSP-SP) e João Herculino (PTB-MG) subiram à tribuna da Câmara queixando-se de que a imagem de Tiradentes havia sido mais uma vez enxovalhada.


— Há poucos dias, em São Paulo, contristado, manuseei um compêndio de história do Brasil editado pelo Ministério da Educação e Cultura. Versão marxista, apontava à nação brasileira Tiradentes como reles lacaio dos ingleses — contou Fittipaldi, indignado.


— Devo fazer uma ratificação ao deputado, pois aquele livro não teria sido editado pelo MEC. De qualquer maneira, esse mau brasileiro [o autor do livro] deve ser banido do território nacional. Contra ele temos que descarregar tudo aquilo que o Código Penal possa conter porque isso é absurdo. É mais do que subversão, é mais do que comunismo: é imoralidade. Esse livro deveria ser apreendido em todas as livrarias, em todas as casas e queimado em praça pública — reforçou Herculino.


Ainda na década de 1960, grupos armados de esquerda também se apropriaram da figura do inconfidente, como o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) e o Movimento 21 de Abril (MR-21).


Até mesmo a data do enforcamento, por não ter perdido o peso cívico, voltaria em diversas ocasiões a ser instrumentalizada. Em 1960, o presidente Juscelino Kubitschek escolheu o feriado de Tiradentes para inaugurar Brasília. Em 1972, o general Emílio Médici abriu as comemorações dos 150 anos da Independência em 21 de abril, quando recebeu de Portugal os restos mortais de D. Pedro I.


Em 1985, um dos médicos que participaram da cirurgia de Tancredo Neves disse que o presidente eleito na verdade morrera em 20 de abril, mas a data no atestado de óbito fora alterada para o dia seguinte com o intuito de ligar a figura do político à do inconfidente — ambos, aliás, nascidos na região de São João del-Rei (MG).

Cópia da pintura Tiradentes ante o Carrasco, de Rafael Falco, enfeita uma das comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados; quadro original, de 1951, está protegido em arquivo climatizado da Casa (foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Não apenas os heróis são mobilizados como forma de unir uma população em torno de algum fim político. Isso já foi conseguido por meio da vassourinha contra a corrupção, da criação de um inimigo da pátria (real ou imaginário), da vitória numa Copa do Mundo e do uso intensivo do hino e da bandeira nacional.


O historiador José Murilo de Carvalho afirma que não é sempre que a população se deixa levar pelos símbolos. Ele exemplifica:


— Logo depois da derrubada da Monarquia, alguns republicanos copiaram o esforço francês [iniciado na Revolução Francesa] de vender o novo regime usando a imagem feminina como alegoria cívica, mas isso redundou num estrondoso fracasso. O lema da bandeira nacional, Ordem e Progresso, imposto por militares positivistas, foi rejeitado por muito tempo pelos brasileiros.


Fonte: Agência Senado


A seção Arquivo S, resultado de uma parceria entre a Agência Senado e o Arquivo do Senado, é publicada na primeira sexta-feira do mês no Portal Senado Notícias. 


Reportagem: Ricardo Westin

Edição: Tatiana Beltrão

Pesquisa histórica: Arquivo do Senado

Edição de fotografia: Pillar Pedreira

Foto de capa: Estátua de Tiradentes na cidade de Ouro Preto (Foto: Getty Images/iStockphoto)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


Fonte: Agência Senado

A incrível história de Balto, o Husky Siberiano embalsamado pra se tornar imortal!

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27 de mar. de 2023

 A incrível história de Balto, Balto, o Husky Siberiano embalsamado pra se tornar imortal!

Alsorsa.News | A incrível história de Balto, o Husky Siberiano embalsamado pra se tornar imortal!


Este é o Balto, um Husky Siberiano que foi embalsamado pra se tornar imortal. Balto ficou famoso em 1925 quando percorreu 1050 kilometros em 27 horas. A corrida contra o tempo foi pra levar soro anti-dfteria no Alaska.


O tempo normal dos correios seriam de 25 dias. Balto era o líder da matilha que puxava os trenós a 40 graus abaixo de zero.Salvou a vida de muitas crianças.A sua história pode ser vista no filme Togo, de 2019


Epidemia

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Balto, empalhado, em homenagem no Museu

Em 1925 houve uma epidemia de difteria em Nome que se alastrou entre as crianças da cidade. Por causa das nevascas, que bloquearam todos os meios de comunicação, era impossível a chegada de medicamentos. A única solução para obter os remédios seria a utilização de trenós puxados por matilhas de cães. Várias equipes percorreram os poucos mais de 1000 quilômetros desde Nenana até Nome.


Balto e seu condutor Gunnar Kaasen formaram a última equipe nesta corrida e foram os que chegaram com as antitoxinas a Nome, ganhando a fama na qual deveria ter sido dado a Seppala e seu cão lider Togo, ao todo foram 20 equipes no revezamento em que 19 delas percorreram apenas 31 milhas, mas Seppala e Togo percorreram todo o resto,


Em 31 de janeiro de 1925, eles já tinham viajado 274 km, partindo de Nome, para encontrar o carregamento de soro. Faltavam dois dias para que o material expirasse. Seppala tomou então a decisão de cruzar a camada de gelo de Norton Sound. Foi quando chegou uma nevasca que deixou o piloto cego. Para sobreviver, ele precisou confiar nos instintos de seu cão-líder, Togo, especialmente para evitar buracos no gelo. O Togo foi esquecido e Balto ganhou todo o crédito, apesar de o Togo percorrer o maior número de milhas.


Balto foi assim nomeado em homenagem ao explorador Samuel Balto.


Estátua

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Em 1933, após sua morte, Balto foi empalhado e encontra-se em exposição no museu de ciências naturais de Cleveland.


Uma estátua de Balto foi erguida em Nova Iorque um ano depois do acontecido em Nome para homenagear todos os cães e os seus condutores (mushers) que participaram da corrida.


Filme de Animação 

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Em 1925, a cidade de Nome, no Alaska, enfrenta um epidemia de difteria, doença que atinge principalmente os infantes e pode levar à morte; dezoito crianças já estão doentes. Uma delas é a dona de Jenna, uma cadela pela qual Balto tem uma certa paixão, e que também tem uma certa queda por Balto. O doutor da cidade precisa de mais antitoxinas contra difteria, pois o medicamento acabou em Nome. Um grupo de cães foram mandados para Nenana para trazer as antitoxinas, mas na volta houve um acidente e o “esquimó” desmaiou. Enquanto o trenó não chega, Balto vai ajudá-los; porém ele é atrapalhado por Steele, um cão que é seu rival. Balto acaba liderando o trenó e, na volta, tem um acidente, mas prova a ele mesmo que pode trazer as antitoxinas até Nome e se torna um herói. Steele é rejeitado e desprezado pelos outros cães.


Togo, o filme

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A história destes cães se transformou também num filme, em 2019. A história de um homem e sua equipe de cães puxadores de trenó que transportaram remédios para a população do Alasca, a fim de combater uma epidemia, durante a década de 20.

Baseado em fatos reais.

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Fontes: Filmow / Wikimedia (Filme) / Wikimedia (Balto) /

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