Cientistas detectam a presença de "monstros celestiais" fora da Terra
Preparem-se, exploradores espaciais, porque os astrônomos acabaram de se deparar com algo incrivelmente massivo, que eles chamam de “monstros celestiais”! Não, não estamos falando de bestas alienígenas, mas de estrelas supermassivas em aglomerados globulares proto que vieram à existência meros 440 milhões de anos após o Big Bang.
Para ambientá-los, imaginem os aglomerados globulares como as festas estreladas mais antigas e massivas do universo. Visualizem esses aglomerados super densos de até um milhão de estrelas, espalhados em uma esfera que tem de algumas dezenas a cem anos-luz de diâmetro. Nossa Via Láctea é anfitriã de cerca de 180 desses deslumbrantes aglomerados.
O mistério das estrelas supermassivas
Agora, aqui está a reviravolta. As estrelas nesses aglomerados, embora nascidas da mesma nuvem de gás ao mesmo tempo, possuem composições diferentes. Estamos falando de quantidades variáveis de oxigênio, nitrogênio, sódio e alumínio. Curioso, não é? Os cientistas chamam esses fenômenos de “anomalias de abundância” e têm coçado a cabeça sobre esse mistério por anos.
Entram em cena uma equipe de cientistas de Genebra, Barcelona e Paris. Eles vinham elaborando uma teoria desde 2018 de que estrelas supermassivas, ou nossos ‘monstros celestiais’, poderiam ter “contaminado” a nuvem de gás original durante a formação desses aglomerados, levando a essa variação nos elementos.
Avançando para agora, com dados do Telescópio Espacial James Webb, eles acreditam ter encontrado a primeira pista dessas estrelas monstruosas. Essas estrelas não são seus brilhantes comuns. Elas são 5.000 a 10.000 vezes mais massivas do que nosso Sol e cinco vezes mais quentes em seus núcleos.
Mas localizá-las não é um passeio no parque, pois essas estrelas têm um tempo de vida máximo de dois milhões de anos e nossos aglomerados globulares têm de 10 a 13 bilhões de anos. Esses monstros celestiais desapareceram cedo, deixando apenas suas pegadas cósmicas para encontrarmos.
Aqui é onde o telescópio James Webb, com sua visão infravermelha superpotente, entra em cena. Ele captou a luz de uma das galáxias mais distantes e jovens conhecidas por nós, GN-z11. Essa galáxia, a impressionantes 13,3 bilhões de anos-luz de distância, tem apenas algumas dezenas de milhões de anos.
Ao analisar o espectro de luz dessa galáxia, os cientistas descobriram que ela possui proporções muito altas de nitrogênio e um denso conjunto de estrelas, indicando que vários aglomerados globulares estão se formando e que eles ainda abrigam uma estrela supermassiva ativa.
A presença significativa de nitrogênio, apenas possível através da combustão de hidrogênio em temperaturas extremamente altas, aponta para o núcleo de uma estrela supermassiva. Essa pista vital fortalece o modelo dos pesquisadores e potencialmente desvenda as anomalias de abundância em aglomerados globulares.
Publicadas na revista Astronomy & Astrophysics, essas descobertas revolucionárias pavimentam o caminho para uma exploração mais aprofundada. A próxima missão? Testar a validade deste modelo em outros aglomerados globulares que estão se formando em galáxias distantes, com dados do nosso confiável James Webb. Portanto, fiquem ligados enquanto avançamos ainda mais no desconhecido celestial, porque o universo sempre tem mais mistérios a nos apresentar.
*Mistérios do Mundo