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As qualidades para ser um empreendedor de sucesso, segundo Lemann e Marcelo Claure

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20 de fev. de 2023

Investidores falaram sobre as características que buscam em criadores de empresas bem-sucedidas, e sobre o cenário para negócios de tecnologia

Alsorsa.News | As qualidades para ser um empreendedor de sucesso, segundo Lemann e Marcelo Claure(Foto: Valéria Gonçales/Estadão Conteúdo/AE)

Sonhar grande, trabalhar duro, executar com precisão, saber encontrar os parceiros certos e estar aberto para a sorte. Essa é a lista de requisitos para ser um empreendedor de sucesso, segundo estes nomes renomados do mundo dos negócios e dos investimentos: Jorge Paulo Lemann e Marcelo Claure.


Lemann cofundou o banco Garantia e a gestora de investimentos 3G Capital, por trás de negócios como Burger King e Heinz. Já Claure foi responsável por colocar a América Latina no mapa de investimentos do conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank, e reorganizou empresas como Sprint e WeWork.


Os empresários e investidores participaram de um painel durante o Volpe Day, promovido pela gestora de venture capital Volpe Capital, fundada por Andre Maciel (ex-Softbank), Milena Oliveira (ex-Pinheiro Neto) e Gregory Reider (ex-Warburg Pincus). Lemann e Claure compartilharam detalhes sobre as características que fazem um empreendedor ter sucesso, e refletiram sobre o cenário atual e futuro para negócios de tecnologia.


Como ser um empreendedor de sucesso?

A primeira característica de um empreendedor de sucesso é “ser um fanático”, segundo Lemann. E o que isso significa?


“Não gosto do cara que tem um diploma incrível e trabalhou em vários lugares. Gosto do cara que quer conquistar. Eu busco alguém que realmente quer vencer e que vai fazer até o impossível, não importa o que aconteça”. Claure usa outra expressão para definir essa mesma característica: “sonhar grande”. “Quando eu olho para empresas e empreendedores incríveis, percebo que os grandes vencedores são as equipes que podem sonhar grande”, diz o investidor.


O próprio Lemann teve de mudar seus critérios de contratação ao longo dos anos, e olhar mais para essa ambição do que para o histórico. “No Garantia, atraímos pessoas que estavam mais olhando para o bônus semestral ou anual do que para construir uma organização para o longo prazo. Quando fomos dos trades no mercado financeiro para a criação de companhias sustentáveis, tivemos de repensar [nossos critérios de contratação e gestão].”


Mas não basta ter grandes sonhos: é preciso transformá-los em atitudes. “Eu nunca achei um grande empreendedor que não tivesse grandes sonhos, mas que também não trabalhasse muito. E que não fosse religioso na execução. Caso contrário, nada vai acontecer”, completa Claure.


O investidor deu como exemplo uma empresa que ajudou a reestruturar: a gigante de escritórios compartilhados WeWork. “Eu olho para trás e vejo como boas a visão, as pessoas e a cultura. Mas o negócio era uma bagunça, um caso de crescimento a qualquer custo. O Masa [Masayoshi Son, fundador do SoftBank] colocou muita pressão no negócio. E o Adam [Neumann, fundador da WeWork] não conseguiu executar ou ter o time que faria essa execução. Nós colocamos um plano para tornar o negócio lucrativo”, disse Claure.


A lucratividade só viria com uma impossível ocupação de 160%. Então, a Wework cortou custos por meio da negociação com locatários e dos cortes de funcionários. Adicionou ainda novas linhas de negócio: permitiu o aluguel por hora e criou um software para empresas gerenciarem o uso dos seus espaços de trabalho, por exemplo.


Outra característica importante para um empreendedor de sucesso é formar sociedades produtivas, segundo Lemann. “Na minha primeira sociedade, por volta dos 20 e poucos anos de idade, éramos todos iguais. Falimos em três anos. (…) Precisamos atrair pessoas diferentes para fazer o negócio funcionar. Eu não teria conseguido fazer tudo que fizemos sozinho [na 3G Capital]”, disse o empresário. “As qualidades devem ser diferentes, mas mantendo a ética e a confiança.”


Uma última característica importante é a sorte. “A sorte costuma vir quando algo não funcionou, quando o mercado está ruim. Você descobre uma forma diferente de fazer as coisas e recebe então uma oportunidade”, afirmou Lemann. Apesar de a sorte parecer ser completamente aleatória, é preciso estar preparado para recebê-la, completou Claure. “Todos temos momentos de sorte. A grande diferença está naqueles que estão dispostos a correr riscos.”


O futuro das startups, e de seus fundadores

Lemann e Claure também falaram sobre o momento difícil para as empresas de tecnologia. Esses negócios estão passando por correções no mercado público e privado, dado o aumento mundial nas taxas básicas de juros.


Para Claure, empreendedores e investidores devem entender que a economia funciona em ciclos e se preparar para eles. “As expectativas sobre as companhias se transformam em um cenário de alta taxa de juros: o aumento do custo de capital força os ciclos de crescimento a serem menores. Os empreendedores devem mostrar aos investidores um caminho claro para o fluxo de caixa e a lucratividade. A ordem é de crescimento lucrativo, e não de crescimento em detrimento dos lucros”, afirmou.


Haverá uma escassez de capital, mas companhias que sabem executar seus produtos e serviços disruptivos sempre terão dinheiro na mesa, de acordo com o investidor. “Empreendedores, esta é a hora de mostrar do que vocês são feitos. De parar de se preocupar com levantar capital e definir valuations [valores de mercado], mas sim com executar aquele plano e aqueles números que vocês mostraram na apresentação de PowePoint.”


A tecnologia é um caminho sem volta, na visão de Lemann. “Você não pode ficar sentado e achar que as coisas vão permanecer as mesmas para sempre, já que a tecnologia está tomando a liderança do mundo. Eu mesmo não conheço tecnologia tão bem, mas então saio encontrando aqueles ‘fanáticos’”.


Para Claure, também está firmada a importância da América Latina no cenário de investimento para o empreendedorismo. “Quando eu lancei o Latin America Fund [2019], havia uma falta de capital de risco para a região. Essa falta foi reduzida e agora estamos equalizados com o resto do mundo. Bons momentos virão. (…) Em dez anos, haverá mais disrupção do que já aconteceu na história da nossa indústria [de investimentos em tecnologia].”


*Infomoney 

9 em cada 10 negócios no Brasil não têm funcionários, diz pesquisa

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28 de ago. de 2022

Empreendedores trabalham sozinhos, exercendo todas as funções de suas empresas

DISPONIBILIZAR O SEU NEGÓCIO NO MEIO ONLINE TRAZ UMA SÉRIE DE VANTAGENS E É UMA DAS TENDÊNCIAS PARA FICAR DE OLHO (FOTO: UNSPLASH)

De acordo com uma pesquisa recente divulgada pelo Sebrae - o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, nove em cada 10 donos do próprio negócio não têm funcionários. Trabalham sozinho, desempenhando todas as funções dentro de uma empresa. Eles movimentam mais de 11 bilhões de reais por mês, 140 bilhões por ano.

"É fundamental que a gente possa fomentar isso, apoiar esses emprendedores na sua gestão e fazer com que os negócios se consolidem, eles possam fazer mais uma contratação e assim gerar mais emprego e renda", diz o diretor superintendente do Sebrae de São Paulo.

Segundo o Ministério da Economia, quase 70% das empresas em atividade no Brasil são formadas por MEIs, microempreendedores individuais, algo em torno de 13,5 milhões em atividade.

*SBT News 

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