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Última Pangeia: o próximo único supercontinente da Terra será 92% inabitável

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9 de out. de 2023

Um estudo prevê que a união das atuais placas tectônicas poderá gerar condições extremas devido à atividade vulcânica e às altas temperaturas, tornando grande parte do planeta inóspita aos mamíferos.

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Apenas 8% da superfície do planeta seria habitável para a maioria dos mamíferos, em comparação com os 66% atuais.

Os pesquisadores preveem que até 92% da Terra poderá se tornar inabitável para mamíferos dentro de 250 milhões de anos. Espera-se que as massas continentais do planeta formem um único supercontinente chamado 'Pangeia Ultima', ou 'Pangeia Proxima', o que causará vulcanismo e aumentos no nível de dióxido de carbono que deixarão a maior parte do território estéril.


Por que a Terra se tornará praticamente inabitável durante a Pangeia Ultima?

A equipe de cientistas, liderada por Alexander Farnsworth, utilizou modelos climáticos para prever as condições durante a Pangeia Ultima. As projeções sugerem que grande parte do supercontinente experimentará temperaturas acima de 40°C, tornando-o inabitável para a maioria da vida mamífera.


Além disso, a atividade vulcânica resultante da fusão e separação dos continentes liberará grandes quantidades de CO2 na atmosfera, agravando o aquecimento global, conforme relatado pela Nature Geoscience.


"Parece que a vida será um pouco mais difícil no futuro", diz Hannah Davies, geóloga do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ) em Potsdam.


Extinção em massa de mamíferos, plantas e outros tipos de vida

Acredita-se atualmente que a Terra esteja no meio de um ciclo de supercontinentes à medida que seus atuais continentes se deslocam. O último supercontinente, Pangeia, se separou há cerca de 200 milhões de anos. Prevê-se que o próximo, o 'Pangeia Ultima', se forme no equador dentro de cerca de 250 milhões de anos, quando o Oceano Atlântico se contrair e um continente afro-eurasiático fundido se acoplar com o continente americano.

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Não se sabe com certeza onde o Pangeia Ultima se formará. Crédito: Alex Farnsworth e Chris Scotese.

As regiões localizadas no centro do supercontinente, longe dos oceanos, se transformariam em desertos inabitáveis “exceto para mamíferos muito específicos”, diz Farnsworth. A falta de umidade também diminuiria a quantidade de sílica transportada pelos oceanos, que normalmente retira CO2 da atmosfera.


Além disso, o aumento da radiação solar causará ainda mais aquecimento. Prevê-se que o Sol seja 2,5% mais brilhante no momento da formação de Pangeia Ultima, porque a estrela terá queimado mais hidrogênio e encolhido o seu núcleo, aumentando a sua taxa de fusão nuclear.


No pior cenário, em que os níveis de CO2 atinjam 1.120 partes por milhão, mais que o dobro dos níveis atuais, apenas 8% da superfície do planeta – regiões costeiras e polares – seria habitável para a maioria dos mamíferos, em comparação com os atuais 66%.

Isso causaria uma extinção em massa, diz Farnsworth. “Não apenas para mamíferos. Também pode afetar plantas e outros tipos de vida. O que resulta disso é uma incógnita", diz ele. Em outras extinções em massa, uma nova espécie geralmente domina.


Cabe destacar que os pesquisadores não levaram em conta as emissões de carbono causadas pela atividade humana, concentrando-se apenas na modelagem climática a longo prazo.


Rumo a um período sombrio na história da Terra

Não se sabe com certeza onde o Pangea Ultima se formará. Os modelos de Farnsworth supõem que irá se fundir nos trópicos quentes, mas outras hipóteses sugerem que poderá se formar em cima do Polo Norte, em condições mais frias, onde a vida poderia desenvolver-se melhor.


Segundo Davies, há indícios de que Pangeia e outros supercontinentes anteriores tinham grandes desertos em seu interior, o que reduziu a área de terras habitáveis e causou extinções. "Algo semelhante aconteceu na extinção do final do Triássico, há cerca de 200 milhões de anos", disse ele.

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Grande parte do supercontinente experimentará temperaturas acima de 40°C, tornando-o inabitável para a maioria da vida mamífera. Crédito: Alex Farnsworth e Chris Scotese.

Se os humanos ainda existirem daqui a 250 milhões de anos, Farnsworth especula que eles podem ter encontrado maneiras de se adaptar, e a Terra pode se parecer com o romance de ficção científica de 1965, Duna. "Será que os humanos se especializam mais em ambientes desérticos, tornam-se mais noturnos ou permanecem em cavernas?”, questiona ele. “Eu suspeito que se pudermos sair deste planeta e encontrar um lugar mais habitável, isso seria mais preferível”, finaliza.


No entanto, nem tudo pode ser pessimismo. "Houve extinções no passado e haverá extinções no futuro", afirma Davies. "Acho que a vida sobreviverá a esta. Será apenas um período sombrio", acrescentou.

*Tempo

Por que a Lua está se afastando de Terra? A ciência responde!

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1 de out. de 2023

 Por que a Lua está se afastando de Terra? A ciência responde!

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As condições da Terra estão interconectadas com diversas outras forças da natureza, por exemplo, com os níveis de radiação emitidos pelo Sol. Mas a Lua também é uma parte importante do funcionamento da Terra, não é à toa que a atração gravitação do satélite natural gera um fenômeno conhecido como força das marés, resultando na movimentação do planeta e, consequentemente, em diferentes regiões dos oceanos.


Por muito tempo, os seres humanos não tinham ideia de que a Lua estava se afastando lentamente da Terra, até por isso construíram boa parte do conceito de mês no movimento lunar. Afinal, ao visualizar o céu a olho nu, é impossível perceber qualquer mudança significativa.


De acordo com informações coletadas por cientistas, as órbitas da Lua e da Terra estão se afastando lentamente há muito tempo. A partir de dados detectados pelo Lunar Laser Ranging Experiment (LLR), é possível ter uma ideia precisa de que o satélite natural está se deslocando cerca de 3,8 centímetros por ano.


Lua se afastando da Terra

Uma das teorias mais reconhecidas é que a Lua surgiu depois de uma colisão entre o corpo celeste Theia e a Terra, há aproximadamente 4,5 milhões de anos. Após o impacto, uma grande quantidade de material do nosso planeta foi lançado no espaço e, então, passou por um processo gravitacional que juntou todo esse material e formou o brilhante satélite natural.


Além de ‘formar a Lua’, a gravidade é a maior responsável pelo afastamento anual de 3,8 centímetros. Por conta da força gravitacional lunar, a Terra sofre com protuberâncias que criam um desequilíbrio e retardam sua rotação; dessa forma, nosso planeta está perdendo energia e seu momento angular, assim, resultando no lento afastamento da Lua. 

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A distância da Lua também pode afetar a dinâmica da duração dos dias, por exemplo, os cientistas já estimaram que a Terra passava por dias de 19 horas há cerca de dois bilhões de anos.Fonte:  Getty Images 

Em outras palavras, quanto mais rápida é a rotação, maior é o momento angular, responsável pelo fenômeno de interação gravitacional entre a Terra e a Lua. Quanto mais devagar, menor é o momento angular. Para conservar esse momento angular, o satélite precisa se afastar do nosso planeta.


“Não é apenas a taxa de rotação que afeta o momento angular. A distância que você está do centro do sistema também é importante. Além disso, significa que o momento angular do sistema aumenta. Mais perto significa que seu momento angular diminui. Á medida que a rotação da Terra diminui, para que o momento angular seja conservado, algo tem de aumentar o momento angular do sistema. O que aumenta o momento angular? Um objeto em órbita como a Lua se distanciando”, disse a astrofísica da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Madelyn Broome, em mensagem ao site Live Science.


De qualquer forma, é importante destacar que provavelmente a humanidade não sofrerá com nenhum problema relacionado ao afastamento da Lua; o satélite nunca estará completamente livre da nossa órbita. O fim de tudo mais provável é que nosso Sol se transforme em uma gigante vermelha e 'engula' a Lua e a Terra juntas.


*TecMundo 

Buraco negro devorou estrela três vezes maior que o Sol

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22 de ago. de 2023

Um novo estudo analisou os componentes de uma estrela dilacerada por um buraco negro supermassivo há 290 milhões de anos e determinou algumas de suas propriedades. Os dados mostraram que esta pode ser a estrela mais massiva conhecida em meio àquelas observadas após serem destruídas por buracos negros.

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Imagem: ESA/Hubble/M. Kornmesser

O buraco negro supermassivo do evento ASASSN-14li fica no coração de uma galáxia localizada a 290 milhões de anos-luz da Terra; por isso, sabemos que o evento ocorreu 290 milhões de anos atrás. Em escalas astronômicas, essa é uma curta distância, então os astrônomos aproveitaram para observar tudo detalhadamente.


Após a identificação do evento, os astrônomos usaram vários telescópios para estudar o que acontece com uma estrela ao ser devorada por um buraco negro. O fenômeno é conhecido como interrupção de marés. Entre as descobertas, eles conseguiram medir propriedades como a rotação do buraco negro — uma verdadeira conquista, se considerarmos o quão desafiadora essa medição pode ser. O resultado foi impressionante: ele estaria girando a mais de 50% da velocidade da luz.

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Imagem da galáxia hospedeira do evento ASASSN-14li na luz ótica, com a visão de raio-X na inserção à esquerda (Imagem: Reprodução/NASA/CXC/MIT/D. Pasham et al/HST/STScI/I. Arcavi)

Como prevê a teoria, a estrela sofreu um fenômeno apelidado de espaguetificação, que é quando sua matéria é dilacerada e esticada até se tornar um filamento semelhante a um espaguete. Isso deixou um rastro ao redor do buraco negro, com os ingredientes que foram daquilo que antes era uma estrela.


No estudo realizado pela equipe do Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, e do XMM-Newton, da ESA, os autores estimaram a quantidade de nitrogênio e carbono perto do buraco negro supermassivo para determinar qual era o tipo da estrela espaguetificada. Para isso, foram usados novos modelos teóricos para obter os melhores resultados possíveis.


Segundo Brenna Mockler, coautora do estudo, a quantidade relativa de nitrogênio em relação à do carbono sugere que a estrela condenada tinha “cerca de três vezes a massa do Sol”. Isso a torna uma das mais massivas — se não a mais — dentre as observadas até o momento sendo dilaceradas por buracos negros.

Por enquanto, a única concorrente a estrela devorada mais massiva é aquela do evento “Scary Barbie”, estimada com 14 vezes a massa do Sol. Entretanto, o fenômeno luminoso ainda não foi confirmado como uma perturbação de maré, e um dos motivos para isso é que não foi observado o material ao redor do suposto buraco negro.


A pesquisa foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.


Fonte: The Astrophysical Journal Letters, NASA, Canaltech 

O que são microplásticos, de onde vêm e para onde vão?

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11 de ago. de 2023

Microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero (ou seja, plásticos) com menos de cinco milímetros de diâmetro. Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.

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Florida Sea Grant

O que são os microplásticos?

Existem duas categorias de microplásticos: primários e secundários. Os primários são partículas projetadas para uso comercial, ou seja, produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca. Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.


Essa quebra é causada pela exposição à radiação solar e as ondas do mar, entre outros fatores do meio ambiente. Em grande parte, tempestades, escoamento de água e ventos carregam plástico para nossos oceanos. Os produtos plásticos feitos para serem utilizados apenas uma vez são considerados a principal fonte de microplásticos secundários.


Microplásticos representam algum perigo?

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Microplásticos são pequenos pedaços de materiais baseados em polímeros (Imagem: Microgen/Envato Elements)

Os microplásticos já foram detectados em inúmeras espécies de vida marinha, do plâncton a baleias, mas o problema não afeta apenas esses organismos — os plásticos já foram encontrados em frutos do mar comerciais e em água potável. Instalações padrão de tratamento de água não podem remover todos os vestígios de microplásticos.


Além disso, as partículas de polímero no oceano podem se ligar a outros produtos químicos nocivos antes de serem ingeridos por organismos marinhos. Ainda não se sabe muito sobre a extensão do problema, e o quão prejudicial essas partículas podem ser.


Para descobrir quais podem ser as consequências para a vida, os cientistas começaram a realizar experimentos em laboratórios antes mesmo de saberem que tipos de microplásticos existem em ambientes aquáticos. Por isso, eles dependiam muito de materiais como esferas de poliestireno, o que limitava o escopo do estudo.


Ao mudar para condições mais realistas e usar fibras ou fragmentos de plástico, os pesquisadores puderam ver o que provavelmente acontece nos rios e oceanos. Além disso, eles revestiram os microplásticos com materiais que imitam biofilmes (conjuntos de micro-organismos emaranhados em uma matriz de polímero orgânico, formados pela deposição e aderência de microrganismos em uma superfície de contato).

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Microplásticos podem vir de diferentes fontes e apresentar vários formatos (Imagem: Reprodução/Chesapeake Bay Program)

Com esse revestimento, os animais ficam mais propensos a comer as fibras de microplásticos, o que acabou revelando outro problema: as fibras demoram mais para passar pelos plânctons do que as esferas. Elas não são ingeridas, mas interferiam na natação e causam deformações no corpo dos organismos.


Quando os plânctons ficam expostos a fibras microplásticas, eles produzem metade do número normal de larvas, e os adultos resultantes são menores. Outros estudos descobriram que os caranguejos-toupeira-do-pacífico expostos a fibras tinham vidas mais curtas.


No início deste ano, foi detectada pela primeira vez a presença de microplásticos no sangue humano. Não só isso, mas os cientistas encontraram as partículas em quase 80% das pessoas testadas. Elas podem viajar pelo corpo e se alojar em órgãos, mas ainda não se sabe ao certo o impacto na saúde.


Mesmo sem saber exatamente os riscos para seres humanos, os pesquisadores estão preocupados porque os microplásticos causam danos às células humanas testadas em laboratório. Também já foram identificadas partículas em placenta humana e recém-nascidos e um estudo mais recente mostrou que o microplástico pode chegar ao cérebro dos fetos.


O futuro dos microplásticos no mundo

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Ainda não há conhecimento sobre os riscos à saúde humana (Imagem: Reprodução/Oregon State University)

Ainda não parece haver microplásticos o suficiente para afetar seriamente a saúde humana, mas esse quadro pode mudar, e rápido. Em setembro de 2020, pesquisadores projetaram que a quantidade de plástico adicionada ao lixo existente a cada ano poderia mais que dobrar, indo de 188 milhões de toneladas (2016) para 380 milhões de toneladas (em 2040).


De acordo com a pesquisa, cerca de 10 milhões de toneladas desse lixo poderiam estar na forma de microplásticos, sem contar as partículas continuamente erodidas dos resíduos já existentes. A boa notícia é haver soluções comprovadas para reduzir a poluição plástica. A má notícia é que elas devem ser ampliadas o mais rápido possível.


Entre essas soluções, os cientistas como Winnie Lau, do Pew Charitable Trusts, em Washington, citam a mudança para sistemas de reutilização dos produtos plásticos, adoção de materiais alternativos e reciclagem. Com isso, a quantidade prevista de resíduos plásticos para 2040 poderia reduzir drasticamente.


Fonte: Nature, National Geographic, The Guardian, Canaltech 

Microplásticos são encontrados no coração humano pela primeira vez

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Em estudo publicado na revista Environmental Science & Technology, pesquisadores descreveram a descoberta de microplásticos no coração. É a primeira vez que a comunidade científica se depara com esse cenário. Para chegar a isso, os pesquisadores coletaram amostras de 15 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.

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davidpereiras/envato

A equipe analisou as amostras com imagens infravermelhas diretas a laser e identificou partículas de 20 a 500 micrômetros de largura feitas de oito tipos de plástico.


O estudo não apenas indicou que alguns desses plásticos foram introduzidos durante a própria cirurgia, como também destacou evidências de que os plásticos foram incorporados aos tecidos antes que os pacientes fossem colocados na mesa de operações.


Na prática, o grupo identificou partículas microscópicas de poli(metacrilato de metila), tereftalato de polietileno (utilizado em roupas e recipientes para alimentos) e cloreto de polivinila (difundido na construção civil).


Microplásticos no coração humano

Embora o estudo tenha um pequeno número de participantes, os pesquisadores dizem ter fornecido evidências preliminares de que vários microplásticos podem se acumular e persistir no coração e em seus tecidos mais internos.


Os pesquisadores acrescentam que as descobertas mostram como os procedimentos médicos invasivos proporcionam exposição aos microplásticos, fornecendo acesso direto à corrente sanguínea e aos tecidos internos.


Em comunicado, a equipe afirma que mais estudos são necessários para entender completamente os efeitos dos microplásticos no sistema cardiovascular de uma pessoa e seu prognóstico após uma cirurgia cardíaca.


Por que microplásticos preocupam?

O que são microplásticos? Basicamente, temos duas categorias: os primários partículas projetadas para uso comercial (cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca) e secundários, que resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.

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Microplásticos são encontrados pela primeira vez no coração humano (Imagem: Microgen/Envato Elements).


Os microplásticos são uma grande preocupação da ciência por conta do impacto ambiental, e também porque podem fazer mal à saúde. Para se ter noção, microplásticos podem ser encontrados até na água acumulada em plantas.

Fonte: Environmental Science & Technology, ACS/ Canaltech 

Vênus vai desaparecer no céu no Dia dos Pais; entenda

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Saiba por que Vênus, que é o planeta mais próximo da Terra, vai passar alguns dias sem poder ser visto no céu

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Representação artística do planeta Vênus a caminho da conjunção solar inferior. Crédito: NASA images - Shutterstock

Neste domingo (13), enquanto o Brasil estiver comemorando o Dia dos Pais (por aqui e na África do Sul, a data é celebrada no segundo domingo de agosto), algo curioso vai acontecer no céu: Vênus vai “desaparecer” das nossas vistas.


De acordo com o guia de observações astronômicas InTheSky.org, às 8h10 (pelo horário de Brasília) nosso vizinho mais próximo iniciará uma fase que os astrônomos chamam de “conjunção solar inferior”, passando entre a Terra e o Sol, de quem vai se aproximar a menos de 7º na ocasião.


Além disso, o planeta também passará pelo perigeu – o ponto em que está mais perto da Terra – mais ou menos ao mesmo tempo, alcançando uma distância de 0,29 Unidades Astronômicas (UA) de nós – algo em torno de 43,5 milhões de km.


Isso o tornaria muito maior aos nossos olhos, se ele pudesse ser visto. Esse “se” é porque, durante a conjunção solar e cerca de 10 dias que se seguem depois disso, Vênus se torna inobservável, enquanto fica imerso na luminosidade do Sol.


Esse evento acontece uma vez em cada ciclo sinódico do planeta, que é o período necessário para ele chegar à mesma posição relativa ao Sol do ponto de vista da Terra – que no caso de Vênus é de 584 dias.

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Configuração do céu no momento exato da conjunção solar inferior de Vênus neste domingo (13) – a partir deste momento, o planeta passa cerca de 10 a 12 dias inacessível no céu. Crédito: SolarSystemScope

Mas, quando ele volta a poder ser observado? Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, Vênus retorna à paisagem celeste por volta do dia 20.


Na verdade, já faz alguns dias que a observação de Vênus está comprometida pela luz do Sul, de quem ele já está muito próximo”, explica Zurita. “A partir do dia 20, o planeta começa a ficar visível, ainda na luz do alvorecer, mas como Vênus é muito brilhante, é possível enxergá-lo mesmo com o céu já clareando”.


Curiosidades sobre Vênus

 Vênus é o planeta mais próximo da Terra;

 Seu movimento de rotação ocorre de leste para oeste, diferente do que acontece em todos os outros planetas do Sistema Solar;

 Ele recebeu esse nome em homenagem à divindade romana Vênus, deusa da beleza e do amor;

 É o mais brilhante dos planetas, podendo ser visto da Terra sem o auxílio de equipamentos, até mesmo durante o dia, ocasionalmente;

 Sua atmosfera é 92 vezes mais densa do que a da Terra;

 Os gases que compõem a atmosfera venusiana, especialmente o dióxido de carbono, não permitem que o calor saia do planeta, que, por isso, é o mundo com maior efeito estufa do Sistema Solar;

Como resultado, embora não seja o planeta mais próximo do Sol, Vênus é o mais quente das imediações.


*Olhar Digital 

Cientistas encontram moléculas orgânicas em Marte; entenda o que isso significa

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13 de jul. de 2023

Mesmo que o material não seja realmente de origem biológica, pode dar pistas importantes sobre a possibilidade de Marte ter hospedado vida alienígena, disseram os pesquisadores

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Rover Percy identificou sinais de moléculas orgânicas em todos os 10 alvos no qual utilizou sua ferramenta Reprodução / Nasa


O rover Perseverance encontrou moléculas orgânicas em Marte, segundo artigo publicado no site “Nature”. O veículo de exploração enviado pela Nasa, que se encontra na cratera Jezero desde 2021, tem como objetivo procurar sinais de vida antiga e coletar amostras de rocha e regolito (rocha e solo quebrados) para possível retorno à Terra.


Para os pesquisadores não é possível descartar a possibilidade que os materiais tenham origem “biótica” ou sejam resultado da vida no planeta. Assim como podem ter sido formados de outras maneiras, como com interações entre água e poeira ou mesmo sido lançados no planeta por poeira ou meteoros.


Perseverance, ou Percy como foi apelidado, utiliza um instrumento chamado “Scanning Habitable Environments with Raman and Luminescence for Organics and Chemicals” (Ambientes Habitáveis com Raman e Luminescência para Produtos Orgânicos e Químicos em tradução literal ou Sherloc), primeira ferramenta a permitir o mapeamento e análise em escala fina de moléculas orgânicas e minerais em Marte.


Segundo o site “The Independente”, desde o pouso de Percy, os cientistas têm explorado a composição geológica do fundo da cratera usando um conjunto de ferramentas a bordo do rover que pode tirar fotos e analisar as rochas.


Sunanda Sharma, Ryan Roppel e seus colegas analisaram observações de duas formações no fundo da cratera Jezero, detectando sinais de moléculas orgânicas em todos os dez alvos observados, concentradas principalmente nas ​​formações rochosas Máaz e Séítah.


Os dados mostraram diversas associações minerais e distribuição espacial que podem ser únicas para cada formação. Mesmo que o material não seja realmente de origem biológica, pode dar pistas importantes sobre a possibilidade de Marte ter hospedado vida alienígena, disseram os cientistas.


“Nem todos os orgânicos são de origem biológica. Observar relações espaciais entre minerais e orgânicos é necessário ao avaliar origens orgânicas e possíveis bioassinaturas”, explica Ashley E Murphy, pesquisadora do Planetary Science Institute e coautora do novo artigo, em matéria para o site “The Independent”.


“Tudo o que sabemos da vida na Terra está limitado ao que está preservado no registro mineral-rochoso. Na Terra, as bioassinaturas são encontradas em certos minerais e alguns minerais são melhores na preservação de orgânicos do que outros”, afirma.


Segundo Ashley, Marte pode ter tido uma história geológica semelhante à da Terra, então os cientistas usam o conhecimento da vida como a conhecemos aqui para saber onde procurar possíveis evidências de vida passada lá. O mapeamento de orgânicos permite uma melhor compreensão se o ciclo de carbono marciano é semelhante ou diferente ao nosso e o potencial de Marte para hospedar vida.


No artigo, os autores escrevem: “Nossas descobertas sugerem que pode haver uma diversidade de moléculas aromáticas predominantes na superfície marciana, e esses materiais persistem apesar da exposição às condições da superfície. Essas potenciais moléculas orgânicas são amplamente encontradas em minerais ligados a processos aquosos, indicando que esses processos podem ter tido um papel fundamental na síntese, transporte ou preservação orgânica.”


*CNN Brasil 

Esta é uma visão aproximada do núcleo interno da M8 - A Nebulosa da Lagoa

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29 de jun. de 2023

 Esta é uma visão aproximada do núcleo interno da M8 - A Nebulosa da Lagoa. Ela reside a cerca de 4.000 anos-luz de distância na constelação de Sagitário.

Crédito: Richard Mclnnis 👏


Tivemos a noite mais clara em 2 meses, pois a fumaça / poluição dos incêndios florestais no Canadá parece ter finalmente desaparecido.


Com noites de verão muito curtas disponíveis (apenas cerca de 4 horas) para imagens na área de Chicago, decidi fotografar este belo alvo simultaneamente com vários telescópios para coletar fótons suficientes para 'talvez' ter alguns dados utilizáveis ​​para processar.


Este alvo do hemisfério sul mal atingiu o horizonte do meu quintal entre algumas árvores próximas e algumas distorções atmosféricas. Felizmente, esse alvo é bastante brilhante e consegui capturar pouco menos de 5 horas de dados. Estou impressionado com sua beleza e ainda mais surpreso que possamos usar equipamentos amadores de nossos quintais poluídos para capturar essas joias do céu noturno. Espero que você goste!


Celestron 11” edge HD com redutor de 0,7x e filtro Chroma 3nm Sulfer 75 x 2 min = 2,5 horas

Celestron 14” edge HD com redutor de 0,7x e filtro de hidrogênio Antlia 3nm 75 x 1 min = 1,25 h

Celestron 14” edge HD com redutor de 0,7x e filtro de oxigênio Antlia 3nm 57 x 1 min = 57 minutos


Celestron OAG e uma câmera guia de 174 mm

ZWO 2600MM Pro resfriado a -10° / ganho 100.

ZWO ASIAIR pro

Focalizador ZWO EAF

ZWO EFW 7x36mm.

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Imaged de meu quintal da garrafa 8. Processado no Pixinsight.


#pribetelgeuse

Astrônomos encontram planeta que não deveria existir

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28 de jun. de 2023

Cientistas se questionam como um planeta pode ter sobrevivido à morte do seu sol que engoliu os planetas prpróximos 

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Divulgação 


Quando nosso sol chegar ao fim de sua vida, ele se expandirá 100 vezes seu tamanho atual, envolvendo a Terra. Muitos planetas em outros sistemas solares enfrentam um destino semelhante à medida que suas estrelas hospedeiras envelhecem. 


Mas nem toda a esperança está perdida, pois astrônomos do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (UH IfA) fizeram a notável descoberta da sobrevivência de um planeta após o que deveria ter sido uma morte certa nas mãos de seu sol.


O planeta semelhante a Júpiter 8 UMi b, oficialmente chamado Halla, orbita a estrela gigante vermelha Baekdu (8 UMi) a apenas metade da distância que separa a Terra e o sol. Usando dois Observatórios Maunakea na Ilha do Havaí—W. M. Keck Observatory e Canada-France-Hawaiʻi Telescope (CFHT) – uma equipe de astrônomos liderada por Marc Hon, da NASA, descobriu que Halla persiste apesar da evolução normalmente perigosa de Baekdu.


Usando observações das oscilações estelares de Baekdu do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, eles descobriram que a estrela está queimando hélio em seu núcleo, sinalizando que já havia se expandido enormemente em uma estrela gigante vermelha antes. O trabalho está publicado na revista Nature.


A estrela teria inflado até 1,5 vezes a distância orbital do planeta – envolvendo o planeta no processo – antes de encolher para seu tamanho atual em apenas um décimo dessa distância.


“O engolfamento planetário tem consequências catastróficas para o planeta ou para a própria estrela – ou para ambos. O fato de Halla ter conseguido persistir nas imediações de uma estrela gigante que de outra forma a teria engolfado destaca o planeta como um sobrevivente extraordinário”, disse Hon, o principal autor do estudo.


O planeta Halla foi descoberto em 2015 por uma equipe de astrônomos da Coreia usando o método da velocidade radial, que mede o movimento periódico de uma estrela devido ao puxão gravitacional do planeta em órbita.


Após a descoberta de que a estrela deve ter sido maior que a órbita do planeta, a equipe conduziu observações adicionais de 2021 a 2022 usando o espectrômetro Echelle de alta resolução do Keck Observatory (HIRES) e o instrumento ESPaDOnS do CFHT. Esses novos dados confirmaram que a órbita quase circular de 93 dias do planeta permaneceu estável por mais de uma década e que as mudanças na velocidade radial devem ser devidas a um planeta.


“Juntas, essas observações confirmaram a existência do planeta, deixando-nos com a pergunta convincente de como o planeta realmente sobreviveu”, disse o astrônomo Daniel Huber, do IfA, segundo autor do estudo. “As observações de vários telescópios em Maunakea foram críticas neste processo.”


DIVULGAÇÃO A uma distância de 0,46 unidades astronômicas (UA, ou a distância Terra-sol) de sua estrela, o planeta Halla se assemelha a planetas “quentes” semelhantes a Júpiter, que se acredita terem começado em órbitas maiores antes de migrar para perto de suas estrelas. No entanto, diante de uma estrela hospedeira em rápida evolução, tal origem se torna um caminho de sobrevivência extremamente improvável para o planeta Halla.


Outra teoria para a sobrevivência do planeta é que ele nunca enfrentou o perigo de engolfamento. Semelhante ao famoso planeta Tatooine de Star Wars, que orbita dois sóis, a equipe acredita que a estrela hospedeira Baekdu pode ter tido originalmente duas estrelas. Uma fusão dessas duas estrelas pode ter impedido que qualquer uma delas se expandisse o suficiente para engolir o planeta.


Uma terceira possibilidade é que Halla seja relativamente recém-nascida – que a violenta colisão entre as duas estrelas produziu uma nuvem de gás a partir da qual o planeta se formou. Em outras palavras, o planeta Halla pode ser um planeta recém-nascido de “segunda geração”.


“A maioria das estrelas está em sistemas binários, mas ainda não entendemos completamente como os planetas podem se formar ao seu redor. Portanto, é plausível que mais planetas possam realmente existir em torno de estrelas altamente evoluídas graças a interações binárias”, explicou Hon.


*MetSul 

Cientistas brasileiros avançam no entendimento das superexplosões estelares

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25 de jun. de 2023

Associação entre as manchas e as explosões solares tem sido amplamente investigada ao longo do tempo

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Nasa/SDO/Goddard/Wiessinger

A relação entre as manchas solares e as explosões solares tem sido bastante investigada nos estudos sobre o Sol. Até porque essas erupções associadas a ejeções de massa coronal, em que grandes quantidades de energia são liberadas, impactam diretamente nosso planeta, causando maior ocorrência de auroras boreais; blecautes nas comunicações por rádio; incremento do efeito de cintilação nos sinais de GPS; redução nas velocidades e altitudes dos satélites artificiais


Para entender a física por trás desses eventos estelares, uma nova pesquisa enfocou um fenômeno ainda mais intenso, denominado superexplosão (superflare, em inglês), com energia de 1.000 a 10.000 vezes maior do que as maiores explosões vistas no Sol. E buscou esse tipo de evento em duas estrelas do tipo K: a Kepler-411 e a Kepler-210.


Descobriu – para surpresa dos pesquisadores – que, a despeito de essas estrelas serem semelhantes em todos os aspectos, desde as massas até os períodos de rotação e os sistemas planetários, e de ambas exibirem em torno de 100 manchas, a primeira produziu 65 supererupções, enquanto a segunda não produziu nenhuma. Artigo a respeito foi publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters.


“A área das manchas estelares parece não ser a principal responsável pelo desencadeamento das superexplosões. Talvez a explicação deva ser buscada na complexidade magnética das regiões ativas”, diz Alexandre Araújo, professor no Centro Integrado de Jovens e Adultos (Cieja – Campo Limpo) da Prefeitura de São Paulo, pós-doutorando na Escola de Engenharia Mackenzie e primeiro autor do artigo.


O pesquisa foi conduzida por ele e sua ex-orientadora de doutorado, atual supervisora de pós-doutorado, Adriana Valio, pesquisadora do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM), da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O estudo contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).


As manchas de ambas as estrelas foram caracterizadas com a técnica de mapeamento por trânsito planetário, que fornece a intensidade, temperatura, posição (latitude e longitude) e raio.


“Pelo conhecimento que se tinha da literatura, as estrelas com manchas maiores teriam mais chance de produzir superflares, mas não foi isso que observamos. As manchas estelares da Kepler-411 são muito menores do que as da Kepler-210. Teoricamente, seria esta que deveria ter superexplosões, mas isso não acontece. Nossa explicação para a inexistência de superflares na Kepler-210, mesmo com grandes manchas na sua superfície, está na complexidade magnética, na evolução e no tempo de vida das manchas”, afirma Araújo.


Além de buscar um avanço no conhecimento das atividades estelares, o presente estudo teve uma motivação adicional. A partir da descoberta das primeiras superexplosões em estrelas de tipo solar, a comunidade científica passou a olhar com atenção para tais fenômenos, principalmente para investigar quais seriam as possibilidades de o Sol apresentar uma explosão dessa proporção.


Se as erupções de muito menor intensidade já impactam tão fortemente nossa sociedade tecnológica, o que esperar de fenômenos energéticos de tal magnitude? “Certamente os planetas que orbitam estrelas com uma frequência de superflares podem chegar a perder sua atmosfera e, por isso, não desenvolver a vida – pelo menos a vida como a conhecemos”, responde Araújo.

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/Nasa/SDO

A estrutura das estrelas de tipo solar

Para entender tudo isso, é preciso abrir um largo parêntese e recapitular alguns conhecimentos básicos sobre a estrutura das estrelas, obtidos principalmente a partir dos estudos sobre o Sol. Para efeito didático, essa estrutura é dividida em camadas.


“O núcleo é a fonte principal da energia da estrela. No Sol, essa região é uma esfera cujo raio corresponde à quinta parte do raio solar, mas com densidade extremamente alta. Nele, a conversão de hidrogênio em hélio, por meio de reações termonucleares, produz temperatura da ordem de 13,6 milhões de kelvin (K)”, informa Valio.


Em torno do núcleo, fica a zona radiativa, onde a energia é transportada pelos fótons em todas as direções. Os fótons, como se sabe, são as partículas associadas à radiação eletromagnética. E sua velocidade de propagação no vácuo é a maior do universo material.


Porém, como a zona radiativa é composta por partículas (prótons, elétrons etc.), a absorção e posterior emissão por estes componentes obstaculizam enormemente o trânsito dos fótons. De modo que eles levam cerca de 1 milhão de anos para atravessar essa camada e chegar à seguinte, a zona convectiva.


“Na zona convectiva, a energia é transportada por meio de correntes de convecção. O material mais quente sobe para a superfície da estrela, enquanto o material mais frio e denso afunda de volta para a camada convectiva. Esse movimento cria células gigantes, que transportam energia e material através da estrela. Na superfície do Sol, elas são conhecidas como os grânulos solares”, explica Valio.


A superfície do Sol é chamada de fotosfera. É nela que aparecem as manchas solares, os grânulos e as erupções, que se estendem por toda a atmosfera solar, composta pela cromosfera e pela coroa. A temperatura média da fotosfera é pouco maior do que 5,7 mil K, o que faz com que seja relativamente fria em comparação com as camadas internas do Sol ou com as camadas superiores da atmosfera solar. É da fotosfera que sai a maior parte da luz e do calor emitidos por essa estrela.


“As manchas que aparecem na fotosfera são causadas por campos magnéticos intensos e podem durar de alguns dias a várias semanas antes de desaparecerem. Sua formação começa com um campo magnético gerado pelo movimento de partículas eletricamente carregadas na tacoclina, fina camada compreendida entre as regiões radiativa e convectiva do interior solar. Ao emergirem na superfície do Sol, os tubos de fluxo magnético criam regiões de campo intenso, que bloqueiam a transferência de calor do interior para a superfície. As manchas são escuras porque sua temperatura é 1.000 a 1.500 graus menor do que a temperatura do resto da superfície”, descreve Valio.


E acrescenta que as manchas geralmente têm formatos e tamanhos diferentes, sendo sua complexidade magnética um fator crucial para a produção das maiores explosões solares. Estas são observadas em todo o espectro eletromagnético: rádio, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios X e raios gama.


Tais fenômenos transientes acontecem na atmosfera solar, nas regiões de altas concentrações de campo magnético, onde grandes quantidades de energia são liberadas por reconexão magnética. A potência gerada nas maiores explosões solares é de aproximadamente 1.017 a 1.022 quilowatts.

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O método de trânsitos planetários

O grande desafio para os pesquisadores de superflares é desvendar os mecanismos que originam tais fenômenos. É consensual que essas grandes explosões estejam relacionadas com as manchas estelares. Mas de que forma? “O método de trânsitos planetários é excelente para investigar manchas na superfície de estrelas do tipo solar. Tal método é atualmente o mais robusto para esse tipo de investigação. Mas sua aplicação é bastante complicada, principalmente devido à dificuldade de obter estrelas que se encaixem nos critérios de investigação”, comenta Araújo.


Ele e Valio trabalharam com dados do telescópio Kepler, procurando estrelas que se encaixassem no perfil do estudo. O telescópio espacial Kepler foi projetado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, com o objetivo de descobrir planetas de tipo terrestre fora do Sistema Solar. Nos quatro anos de sua primeira fase de operação, que se estendeu de 2009 a 2013, ele observou mais de 150 mil estrelas. E, para extrair informações sobre esses objetos, foi utilizado o método de trânsitos planetários, que se baseia na diminuta alteração produzida no brilho da estrela quando um planeta passa na sua frente.


Mas encontrar, nessa gigantesca base de dados, os objetos que se adequassem aos seus propósitos foi, como disse Araújo, igual a procurar uma agulha no palheiro. Ele detalha:


“Em primeiro lugar, a estrela devia ter um ou mais planetas. Para que esses exoplanetas pudessem ser detectados, seu ângulo de inclinação em relação à estrela tinha que estar no ângulo de visada do telescópio. Além disso, a estrela precisava apresentar manchas na sua superfície. E o exoplaneta devia transitar nas regiões das manchas. O período de orbital do exoplaneta tinha que ser de poucos dias. E seu raio devia ser bem maior do que o da Terra, para que a queda de brilho causada nas curvas de luz da estrela fosse bastante significativa. Finalmente, a estrela precisava apresentar superflares”.


O pesquisador afirma que, felizmente, foi possível identificar uma estrela, a Kepler-411, com excelente qualidade de observação. E o melhor: ela possuía um sistema planetário com quatro exoplanetas. Mas, para entender o papel das manchas estelares, era preciso encontrar uma segunda estrela em tudo semelhante, exceto por um aspecto: ela não podia apresentar superflares.


“Foi, de certa forma, uma ousadia nossa acreditar que essa segunda estrela existia. E nos sentimos recompensados quando encontramos a Kepler-210, com os parâmetros estelares muito próximos da Kepler-411”, diz.


Acredita-se que a detecção de supererupções esteja diretamente ligada à cobertura temporal das manchas na superfície das estrelas. E que, quanto maior a área das manchas estelares, maior o armazenamento de energia magnética para produzir a explosão.


“Nossos resultados trouxeram uma perspectiva um pouco diferente. Como já foi dito, na Kepler-411, detectamos 65 superflares, com energias de até 1.035 ergs [1.035 ×107 quilojoule]. Enquanto a Kepler-210 não apresentou nenhuma supererupção, mesmo com o dobro de cobertura temporal, o que nos deu maior probabilidade de observação. E o que mais nos surpreendeu foi o fato de os raios das manchas estelares da Kepler-411 serem muito menores do que os da Kepler-210”, enfatiza Araújo.


A explicação pode estar no fato de que, a despeito de serem maiores em área, as manchas da Kepler-210 apresentam uma configuração magnética mais simples.


“No Sol, as manchas são classificadas de acordo com o comportamento do campo magnético na área. E classificadas como alfa (α), beta (β), gama (γ) e delta (δ), ou por meio de uma combinação dessas configurações. As manchas deltas são as que apresentam intensa atividade de flares solares. Acreditamos que as manchas da Kepler-210 apresentem uma configuração magnética mais simples, do tipo alfa ou beta”, diz.


“Infelizmente, a confirmação exata dessa hipótese só seria possível por meio de magnetogramas, que são imagens capazes de detectar a localização e a intensidade dos campos magnéticos. Atualmente, só conseguimos observar isso no Sol. Ainda não temos tecnologia para obter magnetogramas de estrelas distantes. De qualquer forma, nosso estudo já nos permite dizer que, em vez de fechar o foco na área das manchas estelares, talvez seja mais produtivo considerar a complexidade magnética das regiões ativas”, conclui Valio.


*CNN Brasil 

O que é este ponto verde luminoso na atmosfera de Júpiter?

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22 de jun. de 2023

Nasa compartilhou imagem impressionante de um flash verde neon no planeta

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Ponto verde luminoso foi capturado em imagens da Nasa | Foto: Nasa/JPL-Caltech/SwRI/MSSS

A Nasa compartilhou uma imagem impressionante de um flash verde neon irradiando através das espessas nuvens rodopiantes de Júpiter. A luz surge de um raio perto do polo norte do gigante gasoso, que os astrônomos disseram ser semelhante ao fenômeno natural da Terra.


Em nosso planeta, os raios se originam de nuvens de água e frequentemente acontecem perto do equador, enquanto em Júpiter, os raios provavelmente também ocorrem em nuvens contendo uma solução de amônia e água e podem ser vistos principalmente perto dos polos.


A imagem foi capturada pela espaçonave Juno durante seu 31º sobrevoo, quando estava a cerca de ca. 32.026 km acima do topo das nuvens de Júpiter.


A cena foi registrada em dezembro de 2020, mas foi divulgada nesta quinta-feira (19) depois que um cientista processou os dados no instrumento JunoCam a bordo da espaçonave em 2022.


Fenômeno natural

O fenômeno natural no gigante gasoso é chamado de raio joviano e foi observado pela primeira vez pela espaçonave Voyager 1 quando passou por Júpiter em março de 1979. E não foi até que Juno visitou o planeta que os cientistas determinaram que o raio joviano é semelhante ao que acontece na Terra.


Shannon Brown, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, na Califórnia, cientista da Juno e principal autora do artigo, disse em uma declaração de 2018:


"Não importa em que planeta você esteja, os raios agem como transmissores de rádio - enviando ondas de rádio quando eles cruzam o céu".


Mas até Juno, todos os sinais de raios registrados pelas espaçonaves [Voyagers 1 e 2, Galileo, Cassini] eram limitados a detecções visuais ou na faixa de quilohertz do espectro de rádio, apesar de uma busca por sinais na faixa de megahertz.


"Muitas teorias foram oferecidas para explicá-lo, mas nenhuma teoria poderia obter tração como a resposta", complementou o cientista.


Juno tem sondado Júpiter desde 2016, capturando novas fotos do misterioso planeta que os cientistas esperam que os ajude a entender melhor o mundo.


Júpiter x Terra

Os raios no planeta ocorrem apenas em nuvens contendo uma solução de amônia-água, enquanto os raios na Terra se originam em nuvens de água.


Os polos, que não têm esse calor de nível superior e, portanto, nenhuma estabilidade atmosférica, permitem que os gases quentes do interior de Júpiter subam, conduzindo a convecção e criando os ingredientes para os raios.


A espaçonave Juno também capturou 'sprites' azuis elétricos e 'elfos' dançando na atmosfera de Júpiter. Tais eventos luminosos transitórios ocorrem na Terra durante uma tempestade, mas são os primeiros a serem observados em outro planeta.


Os flashes de luz brilhantes e imprevisíveis normalmente se formam em nosso planeta a cerca de. 97 km acima de grandes tempestades, criando explosões que duram apenas milissegundos.


Os flashes, considerados sprites, lembram águas-vivas com longos tentáculos fluindo em direção ao solo, e os elfos aparecem como um disco brilhante achatado que pode se estender por até 320 quilômetros no céu.


Os cientistas de Juno avistaram as exibições cósmicas em 2020, que apareceram a 299 km acima da altitude onde a maioria dos raios do gigante gasoso se forma - sua camada de nuvens de água.


Os pesquisadores também poderiam descartar que estes eram simplesmente mega-raios de raios devido à alta altitude onde a maioria dos raios de Júpiter se forma.

*Byte

Solstício de inverno: entenda por que hoje é o dia mais curto do ano

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21 de jun. de 2023

No início do inverno, o hemisfério Sul recebe menor incidência de radiação solar que o hemisfério Norte e o dia apresenta então a menor duração em horas do que a noite

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Estações do ano estão associadas à inclinação do eixo da Terra roccomontoya/Getty Images

O inverno começa nesta quarta-feira (21), às 11h57 pelo horário de Brasília. O início da estação mais fria do ano é marcado pelo solstício de inverno no hemisfério Sul. Ao mesmo tempo, na parte Norte do globo ocorre o solstício de verão.


Neste evento astronômico, o hemisfério Sul recebe menor incidência de radiação solar que o hemisfério Norte. O dia apresenta então a menor duração em horas do que a noite, sendo o dia mais curto e a noite mais longa do ano no hemisfério Sul e o oposto acontece no Norte.


As estações do ano na Terra estão relacionadas à inclinação do eixo do planeta, de 23 graus, considerando a sua órbita e movimento em torno do Sol (veja a imagem).


O termo “solstício” tem origem no latim e significa “sol parado”. No passado, ao observar a trajetória do sol, astrônomos perceberam que, a cada dia, a sua posição no céu ao meio-dia no céu mudava.


Esta posição ia ficando cada vez mais alta no céu até atingir um ponto máximo, quando o sol então parecia “parar”. Em seguida, a localização começava a diminuir e também “estacionava” antes de começar a subir novamente. Esses momentos de “parada” correspondem aos solstícios de verão e de inverno.


“As estações do ano ocorrem devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita e também devido à sua translação em torno do sol. O início das estações do ano é associado aos instantes dos solstícios, inverno e verão, e dos equinócios, outono e primavera”, explica Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em comunicado.


A pesquisadores explica que, nos equinócios, o sol nasce no ponto cardeal Leste e se põe no ponto cardeal Oeste. Após as datas dos equinócios, o sol nasce cada dia mais afastado do ponto cardeal Leste e, nos dias dos solstícios, atinge o máximo afastamento a Nordeste (no solstício de inverno no hemisfério Sul) e a Sudeste (no solstício de verão no hemisfério Sul).


Da mesma forma, o fenômeno pode ser observado nos locais onde o sol se põe. Após as datas dos equinócios, o pôr do sol ocorre cada dia mais afastado do ponto cardeal Oeste. Já nos dias dos solstícios, ele atinge o máximo afastamento a Noroeste (no solstício de inverno no hemisfério Sul) e, inversamente, o máximo afastamento a Sudoeste (no solstício de verão no hemisfério Sul).


Variação da duração do dia e da noite

Além da queda gradual das temperaturas, o inverno também está relacionado à variação da duração dos dias e das noites.


Nos equinócios, que dão início às estações de outono e da primavera, o comprimento do dia é praticamente igual ao da noite. Após o equinócio de outono, o sol vai nascendo cada dia mais tarde e se pondo cada dia mais cedo até chegar na maior noite do ano em data próxima do solstício de inverno.


“A partir de então, o sol começa a nascer mais cedo e a se pôr mais tarde para novamente chegar ao mesmo comprimento do dia e da noite em data próxima ao equinócio de primavera. Os dias continuam sendo cada vez maiores até a menor noite do ano que ocorre em data próxima ao solstício de verão. Esse efeito é tão maior quanto mais afastado do equador terrestre o observador se encontra”, explica Josina.


Atualmente o início do inverno ocorre no dia 21 de junho, podendo ocorrer também no dia 20. Essa mudança de data está relacionada, em primeiro lugar, à precessão dos equinócios, que resulta no movimento dos pontos dos equinócios em relação às estrelas.


Além disso, está associada à diferença de comprimento do ano civil em relação ao ano solar: o ano civil tem 365 dias e ano solar 365 dias, 48 minutos e 46 segundos. O ano solar – ou trópico – é o tempo decorrido entre dois equinócios de outono, ou entre dois equinócios de primavera, ou entre dois solstícios de inverno, ou entre dois solstícios de verão.


Devido à diferença entre os dois calendários, o horário do início das estações é defasado de cerca de 6 horas de um ano para outro. O acerto entre o ano civil e o ano solar é feito através do ano bissexto, com o acréscimo de um dia ao calendário civil, o dia 29 de fevereiro.


*CNNBrasil/*(Com informações do Ministério da Ciência e Tecnologia)

Cientistas criam primeiros embriões sintéticos de humanos em laboratório

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20 de jun. de 2023

Os primeiros embriões sintéticos de humanos foram criados em laboratório com o uso de células-tronco. Essa novidade foi anunciada por cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos durante a reunião anual da Sociedade Internacional para Pesquisa de Células-Tronco (ISSCR) nesta semana.

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Em geral, esses embriões possuem semelhanças com os primeiros estágios de desenvolvimento humano e isos pode ajudar a fornecer informações inéditas sobre distúrbios genéticos ou causas de abortos espontâneos. O trabalho foi descrito pela professora da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Magdalena Żernicka-Goetz:


Eles são modelos de embriões, mas são muito emocionantes porque são muito parecidos com embriões humanos e um caminho muito importante para descobrir por que tantas gestações falham, já que a maioria das gestações falha na época do desenvolvimento em que construímos essas estruturas


A pesquisadora ainda explicou que o cultivo dos embriões a partir de células-tronco embrionárias ocorreu até um pouco além do período que seria equivalente a 14 dias do desenvolvimento. Inclusive, o modelo chegou a mostrar células primordiais que são as precursoras do óculo e do esperma.


Mesmo assim, o embrião ainda não tem coração pulsante nessa fase, bem como intestino ou começo de cérebro. O objetivo desse estudo é identificar mecanismos genéticos e além disso, não há perspectiva para uso na prática clínica. Aliás, isso seria proibido nos países onde o trabalho está sendo conduzido.

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Kathryn MacKay é professora de ética na saúde da Universidade de Syndey, na Austrália, e comentou a respeito da questão que envolve entender se o modelo criado em laboratório poderia se desenvolver:


Há uma questão moral envolvida na criação de algo para pesquisa que pode ou não ter o potencial de viver como sua própria entidade completa. Se eles puderem viver como suas próprias entidades plenas, então devemos perguntar se é moralmente permissível criar seres vivos apenas para fins de pesquisa. No momento, modelos animais sugerem que esses embriões sintéticos não seriam capazes de se transformar em um bebê humano


*Tudo Celular 

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