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Buraco negro devorou estrela três vezes maior que o Sol

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22 de ago. de 2023

Um novo estudo analisou os componentes de uma estrela dilacerada por um buraco negro supermassivo há 290 milhões de anos e determinou algumas de suas propriedades. Os dados mostraram que esta pode ser a estrela mais massiva conhecida em meio àquelas observadas após serem destruídas por buracos negros.

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Imagem: ESA/Hubble/M. Kornmesser

O buraco negro supermassivo do evento ASASSN-14li fica no coração de uma galáxia localizada a 290 milhões de anos-luz da Terra; por isso, sabemos que o evento ocorreu 290 milhões de anos atrás. Em escalas astronômicas, essa é uma curta distância, então os astrônomos aproveitaram para observar tudo detalhadamente.


Após a identificação do evento, os astrônomos usaram vários telescópios para estudar o que acontece com uma estrela ao ser devorada por um buraco negro. O fenômeno é conhecido como interrupção de marés. Entre as descobertas, eles conseguiram medir propriedades como a rotação do buraco negro — uma verdadeira conquista, se considerarmos o quão desafiadora essa medição pode ser. O resultado foi impressionante: ele estaria girando a mais de 50% da velocidade da luz.

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Imagem da galáxia hospedeira do evento ASASSN-14li na luz ótica, com a visão de raio-X na inserção à esquerda (Imagem: Reprodução/NASA/CXC/MIT/D. Pasham et al/HST/STScI/I. Arcavi)

Como prevê a teoria, a estrela sofreu um fenômeno apelidado de espaguetificação, que é quando sua matéria é dilacerada e esticada até se tornar um filamento semelhante a um espaguete. Isso deixou um rastro ao redor do buraco negro, com os ingredientes que foram daquilo que antes era uma estrela.


No estudo realizado pela equipe do Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, e do XMM-Newton, da ESA, os autores estimaram a quantidade de nitrogênio e carbono perto do buraco negro supermassivo para determinar qual era o tipo da estrela espaguetificada. Para isso, foram usados novos modelos teóricos para obter os melhores resultados possíveis.


Segundo Brenna Mockler, coautora do estudo, a quantidade relativa de nitrogênio em relação à do carbono sugere que a estrela condenada tinha “cerca de três vezes a massa do Sol”. Isso a torna uma das mais massivas — se não a mais — dentre as observadas até o momento sendo dilaceradas por buracos negros.

Por enquanto, a única concorrente a estrela devorada mais massiva é aquela do evento “Scary Barbie”, estimada com 14 vezes a massa do Sol. Entretanto, o fenômeno luminoso ainda não foi confirmado como uma perturbação de maré, e um dos motivos para isso é que não foi observado o material ao redor do suposto buraco negro.


A pesquisa foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.


Fonte: The Astrophysical Journal Letters, NASA, Canaltech 

Buraco negro próximo da Terra pode ser visto sem telescópio

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23 de dez. de 2020

 

Imagem de: Buraco negro próximo da Terra pode ser visto sem telescópio

Não é sempre que precisamos de supercomputadores, telescópios avançados e alto investimento para testemunhar fenômenos espaciais por aí. Nesta semana, astrônomos fizeram uma descoberta e tanto que pode ser vista a olho nu. Trata-se do buraco negro mais próximo da Terra registrado até agora, que se encontra a ‘apenas’ mil anos-luz de distância, o equivalente a aproximadamente 9,5 quatrilhões de quilômetros. 

Pode parecer muito, mas, em termos universais, ele está batendo em nossa porta. O mais interessante é que, normalmente, tais corpos só são notados por suas interações violentas com objetos celestes ao redor deles, gerando discos de gás e poeira. Enquanto são destroçados, os elementos 'sugados' emitem uma quantidade massiva de raio X, detectada pelos telescópios. Com este, a coisa foi diferente.

Se buracos negros não são propriamente vistos, o exemplar em questão foi encontrado devido à maneira como se comportam duas estrelas próximas a ele. O par, chamado de HR 6819, permitiu aos cientistas enxergar, de fato, o fenômeno em si.

“Isso é o que poderíamos chamar de ‘buraco muito negro’. É realmente escuro!”, brinca Dietrich Baade, astrônomo emérito do Observatório Europeu do Sul. “Cremos ser a primeira vez em que algo do tipo foi descoberto desta maneira. E mais: este pode ser o buraco negro mais próximo de nós”, complementa.

Marianne Heida, líder dos pesquisadores envolvidos, considera que devem haver bem mais deles por aí, escondidos. “Baseados no número de estrelas da Via Láctea, estimamos haver cerca de 100 milhões desses pequenos buracos negros espalhados, sendo que encontramos menos de 100 deles. É possível que, com essa quantidade, existam outros a 30 ou 40 anos-luz daqui”

E como enxergá-lo?

Bem, caso você queira apreciar o espetáculo, não precisa de muito mais que um senso de identificação de estrelas apurado, já que as HR 6819 podem ser vistas a olho nu. Ah, é preciso estar no Hemisfério Sul – ponto positivo para o Brasil. Ainda não existe consenso de que se trate, realmente, de um buraco negro, mas elas orbitam um objeto não detectável em um período de 40 dias.

Vamos tentar ajudar. A dupla está na constelação de Telescopium, perto da constelação de Pavo. Entretanto, talvez você fique triste com a notícia que temos: essa região é constituída de corpos celestes de brilho fraco, então pode ser complicado saber onde está, mas é possível.

Campo no qual se encontra a constelação Telescopium.

Campo no qual se encontra a constelação Telescopium.

Fonte:  ESO 

Achou as estrelas? Bem, agora é só pensar que o ponto ao redor do qual elas “giram” é um buraco negro com massa de pelo menos quatro vezes maior que a do nosso Sol. 

Não se decepcione com o resultado. Além de a descoberta não representar perigo algum a nosso planeta, segundo Heida, já que é possível ver duas estrelas que não caem nela e estamos um pouco mais distantes dali do que elas, o fato é que a Ciência está caminhando a passos largos na resolução de mistérios universais.

Fonte: TecMundo

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