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Depois do caso Americanas, Jorge Paulo Lemann é processado ​​nos EUA por rombo de US$ 15 bilhões à Kraft Heinz

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20 de mar. de 2023

Investidora Adriana D. Felicetti acusa Jorge Paulo Lemann e alguns sócios da 3G Capital, alguns deles também acionistas da Americanas, de terem praticado uso indevido de informação privilegiada para lucrar com os papéis da Kraft Heinz

Alsorsa.News | Depois do caso Americanas, Jorge Paulo Lemann é processado ​​nos EUA por rombo de US$ 15 bilhões à Kraft HeinzTânia Rêgo/Agência Brasil


Reportagem divulgada, com exclusividade pelo jornal O Globo,  informa que a investidora Adriana D. Felicetti entrou com ação, nos Estados Unidos, na Delaware Court of Chancery, contra o bilionário Jorge Paulo Lemann e alguns dos sócios da 3G Capital pelos problemas na empresa Kraft Heinz. Lemann também está entre os principais acionistas da Americanas que, no Brasil,  entrou em dificuldade mediante fraudes, com demonstrações contábeis que não espelhavam a realidade.


O repórter do jornal O Globo informa que teve acesso à petição inicial do processo. De acordo com o documento, a investidora Adriana D. Felicetti acusa Jorge Paulo Lemann e a 3G Capital de terem falhado em seu dever fiduciário com a empresa e seus acionistas e até de terem praticado insider trading (uso indevido de informação privilegiada) para lucrar com os papéis da Kraft Heinz antes de os problemas virem a público.


A investidora pede reparação para suas perdas como acionista e para a própria empresa, inclusive com o ressarcimento da multa de US$ 62 milhões aplicada pela SEC (Securities and Exchange Comission), que regula o mercado de capitais nos EUA) contra a Kraft Heinz e de US$ 210 milhões que ainda devem ser pagos para encerrar ação coletiva iniciada por causa do mesmo escândalo. Outra demanda é que a 3G  Capital devolva os ganhos que teria obtido com o suposto “insider”.


Caso da Americanas pode reforçar argumentos da investidora sobre a conduta de Lemann e outros fundadores da 3G Capital

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Crédito: Envato


Os problemas na Kraft Heinz obrigaram a gigante alimentícia a reconhecer uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões em 2019 e lhe rendeu multa de US$ 62 milhões. A companhia é controlada pelos grupos de Lemann e do americano Warren Buffett, seu amigo. Segundo nota da SEC, ao aplicar a multa em 2021, a ”Kraft e seus ex-executivos estão sendo responsabilizados por colocar a busca pelo corte de custos acima do cumprimento da lei”.


O caso foi protocolado no dia 6 de março na Delaware Court of Chancery, que existe há 230 anos e é um dos principais foros para resolução de disputas corporativas nos EUA. A corte tem a particularidade de permitir soluções mais flexíveis e abrangentes que o expressamente previsto na legislação. Foi lá, por exemplo, que foram julgados litígios sobre as fusões entre HP e Compaq e entre a dona da Louis Vuitton e a Tiffany.


“Por meio desta ação, a autora procura responsabilizar os réus por violação de dever fiduciário com a Kraft Heinz e seus acionistas. Os réus eram responsáveis por garantir que a empresa mantivesse controles efetivos, (…) que a Kraft Heinz divulgasse informações precisas e não enganosas e que a empresa cumprisse as disposições antifraude. Em vez disso, eles esconderam a verdade até que a 3G Capital se apropriasse indevidamente de informações importantes não públicas sobre o verdadeiro estado financeiro da empresa para seu benefício próprio, vendendo grande quantidade de ações ao público mal informado por mais de US$ 1,2 bilhão”, escreveram os advogados de Adriana D. Felicetti na ação.


Segundo disse à coluna Richard Greenfieldm, um dos representantes de Adriana, a equipe da investidora está se debruçando sobre o caso Americanas — possivelmente para que ele reforce os argumentos da investidora sobre a conduta dos fundadores da 3G Capital.


São acusados no processo vários brasileiros, entre eles: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles, um de seus braços-direitos e um dos homens mais ricos do Brasil; Alexandre Behring, cofundador da 3G que foi CEO da Kraft Heinz; e Bernardo Hees, que já foi CEO de Heinz e Burger King.


*Com informações das agências de notícias/*ICL Economia 

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