O ChatGPT é um modelo de inteligência artificial criado para conversar com as pessoas de modo natural. O formato de diálogo permite que a IA responda diversas perguntas, crie teorias, conteste premissas incorretas e até apresente soluções mais adequadas para problemas.
A tecnologia foi criada pela empresa OpenAI, a mesma responsável pelo DALL-E e sua tecnologia de criação de imagens a partir de texto. O ChatGPT, contudo, é muito mais amplo que o "irmão famoso das artes", por sua premissa ser responder a questionamentos sobre basicamente tudo.
Essa é a definição do Canaltech feita pelo ChatGPT (Imagem: Alveni Lisboa/Canaltech)
Com tanta ambição, a IA chegou a ser apontada como o futuro da Internet mundial, capaz de substituir os assistentes de voz e até o buscador do Google, como previu o criador do Gmail. Mas por que esse sistema tem causado tanta polêmica na internet nos últimos dias?
Este artigo tem como propósito explicar melhor o que é o ChatGPT, como ele funciona e porque tem gerado tanto bafafá. A IA seria o primeiro passo para uma sociedade mais eficaz? O conhecimento seria ainda mais acessível a partir de agora? Será que este seria o início de uma revolução das máquinas?
Como funciona o ChatGPT?
O primeiro passo para responder todas as dúvidas é entender como o ChatGPT funciona. Como o nome sugere, ele é uma ferramenta de bate-papo para conversas individuais humanizadas.
Sabe aqueles robôs de chat para WhatsApp, Telegram e Instagram? A estrutura visual e de interação é similar, porém o enfoque é muito mais amplo.
A maioria dos chatbots do dia a dia são programados para responder a certas dúvidas com base nos textos escritos. A pessoa escreve "cartão de crédito" e a máquina separa todas as opções relacionadas ao assunto para que o usuário escolha.
Instigado a aprofundar no assunto, o ChatGPT conseguiu elencar as editorias do CT corretamente (Imagem: Alveni Lisboa/Canaltech)
No caso do ChatGPT, é o próprio bot quem traz a solução para a sua dúvida. Ele não vai retornar a sua pergunta com outra dúvida nem pedir para você selecionar nada, porque o foco é apresentar soluções sempre.
Quando não entende algo, o robô pede mais informações para ser esclarecido. O curioso é que ele não dá apenas respostas simples como os assistentes de voz, e pode também produzir conteúdos mais densos, caso o usuário o instigue a complementar as informações.
Como se parece o ChatGPT?
Essa é a tela inicial do ChatGPT: ele roda direto no navegador (Imagem: Reprodução/OpenAI)
Não espere um layout complexo nem muitas firulas visuais, porque não é esse o propósito da solução da OpenAI. Uma caixa de digitação e a conexão direta com a IA são suficientes para o ChatGPT fazer a sua "mágica" que deixa todos assombrados.
A interface do ChatGPT é baseada na conversa por texto entre o emissor (usuário) e o receptor (inteligência artificial) via internet. Em teoria, a máquina não tem a resposta pronta para nada, mas ela sabe exatamente onde buscá-las para sanar qualquer dúvida.
Ao perguntar algo, o bot vai apresentar a melhor interação possível baseada em sua própria concepção. Isso pode era bastante complexo no início, quando a modelagem ainda precisava ser calibrada, mas foi melhorando cada vez mais (e ainda continua) conforme o feedback do usuário.
Por que o ChatGPT chama a atenção?
Toda a atenção voltada para o ChatGPT se justifica pelo o imenso potencial da tecnologia. O recurso vai muito além de tudo já existente na atualidade, porque sua proposta é altamente ambiciosa.
Toda inteligência artificial sempre desperta um misto de emoções nas pessoas: surpresa, espanto, alegria, medo, esperança, desconfiança. No caso desta solução, há ainda o fator da dúvida, já que é impossível saber o quão impactadas as sociedades serão com IAs semelhantes.
O ChatGPT não responde apenas a perguntas, sendo capaz de criar conteúdo inédito (Imagem: Alveni Lisboa/Canaltech)
Alguns testes mostraram que o ChatGPT é capaz de desempenhar atividades criativas de modo surpreendente. Não se trata de apenas criar uma arte a partir de palavras, como o DALL-E faz com maestria, mas de traçar estratégias de vendas, compor músicas no estilo de algum artista, escrever redações escolares, produzir teses acadêmicas, ajudar na detecção de Alzheimer e, futuramente, resolver problemas insolúveis pela mente humana.
Em um exemplo mostrado na página dos desenvolvedores, foi perguntado à IA como corrigir um código de programação que não funcionava. O robô pede mais informações de contexto, com intuito de compreender o propósito e o funcionamento, e consegue identificar qual linha de comando estava errada.
Espera-se que o uso repetido leve ao aprimoramento constante da IA, chegando em um nível inigualável de capacidade de produção. Se isso acontecer, o ChatGPT funcionaria como um imenso oráculo, onde todos poderiam tirar dúvidas sobre qualquer coisa tendo a certeza de que a resposta é verdadeira.
Qual o lado negativo do ChatGPT?
Como qualquer tecnologia, o ChatGPT foi criado por humanos, portanto tende a reproduzir comportamentos de pessoas de carne e osso. Isso pode ser usado para o lado positivo, como o desenvolvimento de sentimentos como empatia, afeto e amor, ou para o lado negativo, como racismo, homofobia, xenofobia, preconceitos estruturais.
É por isso que existe uma grande preocupação acadêmica sobre o futuro dessa poderosa IA. Se ela não for constantemente refinada, corre-se o risco de ela começar a refletir o que há de pior no ser humano, incluindo fake news e conteúdos manipulados.
O Google hoje funciona como um imenso catálogo no qual os responsáveis pela informação são os criadores de conteúdo. Tudo que ali está foi extraído de um site considerado confiável por diversos fatores como notoriedade, quantidade de acessos, reconhecimento internacional e outros. O buscador mostra conteúdos produzidos por humanos para outros humanos.
No caso do ChatGPT, a resposta já viria completamente pronta, sem interferência humana direta e baseado no acúmulo de conhecimento. Um pequeno erro da IA poderia causar uma compreensão errada de um assunto, que poderia ser difundido como correto.
Infelizmente, o ChatGPT também erra e pode ser usado para criar fake news (Imagem: Reprodução/University of Sidney)
Além disso, há um problema ainda mais complexo de se lidar: como saber o que é certo ou errado. Em questões objetivas, isso é muito fácil de lidar. Calcular a raiz quadrada de 365, por exemplo, é um problema matemático com uma só solução. Mas como obter uma resposta correta para questões como religiosidade, convenções sociais ou questões éticas?
O ChatGPT vai se posicionar contra ou favorável ao aborto? A IA seria capaz de sugerir uma solução para o problema das drogas? Uma máquina acreditaria em Deus somente porque a maioria dos seres humanos o fazem? São assuntos polêmicos como esse que despertam a curiosidade da Academia.
Qual é o futuro do ChatGPT?
Com tantas questões envolvidas, a dúvida que fica é se a modelagem terá algum futuro ou se vai flopar. Essa é uma pergunta que não pode ser respondida no momento, porque tudo ainda é muito novo.
A tecnologia parece promissora para resolver problemas humanos num passe de mágica, evitando trabalhos puramente técnicos e até ajudando sob a ótica criativa. Por outro lado, o conjunto de limitações ainda é grande, sendo a maioria delas sem solução no atual cenário tecno-científico mundial.
Como o ChatGPT ainda não tem uma utilidade prática além da mera conversa, fica difícil fazer algum prognóstico certeiro. O que se pode afirmar, com toda certeza, é que a tecnologia da OpenIA pode abrir portas para modelos ainda mais avançados no futuro.
Talvez, daqui há alguns anos, o Alsorsa.News esteja sendo totalmente escrito por inteligências artificiais capazes de compreender as novidades tecnológicas e traduzi-las em palavras. Ou, quem sabe, as pessoas estarão rindo de um período da história no qual se achou que as máquinas poderiam substituir os humanos. Alguém se arrisca em uma aposta?
*Canaltech
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