Monarca ocupava o trono real desde 1952, o reinado mais longo na história britânica
Há 70 anos no trono, Elizabeth II vinha passando mais tarefas para Charles e outros membros da família real | Reprodução/Palácio de Buckingham
Elizabeth Alexandra Mary, a Rainha Elizabeth II, morreu nesta 5ª feira (8.set), aos 96 anos. A monarca estava sob cuidados médicos no palácio de Balmoral, na Escócia, acompanhada dos filhos Andrew, Anne, Edward e o herdeiro do trono, príncipe Charles, além dos netos, os príncipes William e Harry.
Há 70 anos no trono, Elizabeth II vinha passando cada vez mais tarefas para Charles e outros membros da família real, enquanto enfrentava problemas de locomoção que a impediram de comparecer a todos os eventos que marcaram as comemorações do Jubileu de Platina, em junho deste ano.
O falecimento da monarca foi anunciado pela Família Real por meio das redes sociais. "A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã.", informou.
Pouco se sabe sobre o que deve ocorrer após o falecimento da rainha. Segundo o jornal britânico The Guardian, existe uma operação chamada "London Bridge is down" ("A ponte de Londres caiu", em português), que planejou como seria anunciada a morte de Elizabeth II e os dias seguintes. De acordo com o plano, o primeiro funcionário a lidar com a notícia foi Sir Christopher Geidt, secretário particular de Elizabeth, um ex-diplomata que recebeu um segundo título de cavaleiro em 2014, em parte por planejar sua sucessão.
Geidt anunciou a morte de Elizabeth primeiro à primeira-ministra, Liz Truss. Do Centro de Resposta Global do Ministério das Relações Exteriores, em um local não revelado em Londres, a notícia viajou para os 14 governos fora do Reino Unido, onde a rainha também é chefe de Estado, e as 56 outras nações da Commonwealth. Governadores gerais, embaixadores e primeiros-ministros ficaram sabendo primeiro e somente então o público geral.
Ainda segundo o plano, Charles será proclamado rei às 11 horas da manhã (horário local) do dia seguinte a morte de Elizabeth II. Nos nove dias seguintes (nos documentos de planejamento da operação, estes são conhecidos como "D-day", "D+1" e assim por diante) haverá proclamações, rituais, e uma turnê por quatro nações pelo novo rei.
Rainha Elizabeth II
Elizabeth Alexandra Mary nasceu em Mayfair, Londres, no dia 21 de abril de 1926. Foi a primeira filha de Albert Frederick Arthur George e de Elizabeth Bowes-Lyon, Duque e Duquesa de York, posteriormente, Rei George VI e Rainha Elizabeth (A Rainha Mãe).
Quando Elizabeth nasceu, a coroa estava em poder de seu avô George V, e ela era a terceira na linha sucessória da coroa, atrás de seu tio Edward e de seu pai George.
Em 1936 com a morte de seu avô, ascende ao trono seu tio, mas, antes do final do ano, o rei Eduardo VIII abdica do trono para se casar com uma norte-americana divorciada, levando o pai da princesa a subir ao trono como rei George VI. Com 10 anos, Elizabeth torna-se a primeira na linha sucessória ao trono.
A ascensão ao trono da então princesa de York se deu aos 25 anos, em 6 de fevereiro de 1952, após a morte do pai, o rei George VI. Na época, Elizabeth já era casada com Philip Mountbatten, duque de Edimburgo, com quem teve quatro filhos - Charles, -- primeiro na linha de sucessão ao trono britânico --, Anne, Andrew e Edward. O casal recebeu a notícia da morte do rei durante uma viagem ao Quênia, retornando ao Reino Unido em seguida, onde foram recepcionados por Winston Churchill, então primeiro-ministro.
Coroada em 2 de junho de 1952, Elizabeth teve um reinado de mudanças na geopolítica internacional, como o fim do Império Britânico, em 1997, e a ascensão da globalização.
Ela foi servida por 15 primeiros-ministros, a última foi Liz Truss, nomeada na última 3ª feira (6.set). Houve 14 presidentes dos Estados Unidos durante o seu reinado e, com exceção do Presidente Johnson (1963-1969), a monarca conheceu cada um deles.
Em 9 de setembro de 2015, a rainha tornou-se a monarca a ocupar o trono britânico há mais tempo, superando sua tataravó, a rainha Vitória, que esteve à frente do país entre 1837 e 1901. E neste ano tornou-se a segunda monarca com o reinado mais longo da história, atrás somente do rei Luiz XIV da França, que esteve no poder por 72 anos.
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