Relação entre o cantor e o Botafogo é marcada por momentos de paixão absoluta e situações inusitadas
No último sábado, 3, o mundo artístico ficou mais triste com a morte de Agnaldo Timóteo, aos 84 anos, vítima da Covid-19. Além da música, o cantor mineiro também tinha uma paixão que carregou até o fim da vida: o Botafogo de Futebol e Regatas.
A relação entre Agnaldo e o Glorioso era marcada por muito amor e também, como muitas outras espalhadas pelos amantes da redonda, por muitas confusões e episódios peculiares.
A paixão fez com que o clube da Estrela Solitária homenageasse o cantor com uma mensagem de despedida em suas redes sociais: “Com muita dor, o Botafogo lamenta a morte de Agnaldo Timóteo, cantor e compositor brasileiro, botafoguense apaixonado. O Clube deseja conforto aos amigos e familiares neste momento difícil".
Poucos sabem, mas o artista, que frequentemente participava de mesas redondas para falar sobre seu time do coração, tem um lugarzinho cravado em dois momentos distintos da história do Fogão: a morte de Garrincha e uma partida da Taça Brasil de 1984.
O adeus à Mané
Em 1983, o futebol brasileiro se despedia de um de seus maiores ídolos: Manoel Francisco dos Santos, ou apenas Mané Garrincha. Em 20 de janeiro de 1983, o Anjo das Pernas Tortas, como era chamado, faleceu aos 49 anos, vítima de cirrose hepática, após ter ficado em coma alcóolico no Rio de Janeiro, como explica matéria da Placar.
Após viver uma série de problemas conjugais e financeiros, Mané estava arruinado, tanto físico como emocionalmente, relata a Revista Esportiva. Esses problemas se mostraram presentes até mesmo após sua partida, quando sua família enfrentou uma enorme dificuldade para apenas enterrá-lo.
É nesse ponto que entra Agnaldo. Comovido com a situação do ex-ponta da seleção, Timóteo arcou com todos os gastos do velório do eterno parceiro de Pelé. A lápide de Garrincha, paga pelo cantor, tinha marcado os dizeres: “Aqui descansa em paz aquele que foi a alegria do povo”, como recorda matéria do Lance!.
O ato foi relatado pelo jornalista Thales Machado, como mostra o tweet acima. “Uma vez, o encontrei [Agnado] e perguntei se a história era verdade”, conta Machado, que ouviu de Timóteo a seguinte frase: “Se o seu ídolo morrer fodido e você puder, não paga? Dei o cheque com prazer”.
A invasão
Porém, nem só de romantismo viveu a relação entre Agnaldo e o Botafogo. Um dos momentos de euforia do cantor/torcedor aconteceu em partida válida pela Taça Brasil de 1984 — que é equivalente ao campeonato brasileiro da época.
Na ocasião, o Glorioso enfrentava o Operário-MT. Como pode-se imaginar, o time da Estrela Solitária não foi muito feliz no confronto e acabou sendo eliminado ao perder o jogo pelo placar magro de 1x0.
Mas o que mais irritou Agnaldo naquela partida foi um lance em específico: o pênalti batido por Cláudio Adão. Com a chance de evitar o revés do Fogão, Adão acabou não convertendo a cobrança. Timóteo não gostou nada disso, tanto é que invadiu o campo e foi tirar satisfações com o atacante, como lembra matéria publicada pelo Globo Esporte.
A cena, segundo o GE, foi tão inusitada que, apesar ser ignorado pela equipe de arbitragem, o cantor deixou o campo aplaudido pela torcida alvinegra. O momento em questão foi compartilhado pelo perfil do Futebol Alternativo TV (e pode ser visto no tweet abaixo).
Os últimos episódios da relação entre Agnaldo e o Botafogo aconteceram em janeiro deste ano. Irritado com a sequência de resultados negativos que seu time vinha, Timóteo chegou a passar uma ‘receita’ para que os jogadores aprendessem com seus erros e evitassem o rebaixamento do clube, relembra o Lance!
Porém, a tentativa acabou não funcionando e o Glorioso foi um dos quatro times rebaixados do campeonato brasileiro de 2020 — que acabou no início desse ano por conta da paralisação causada pela pandemia.
Fonte: Aventuras na História
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